A baixa participação de empresas alagoanas nas pesquisas econômicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acende um alerta para possíveis impactos no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) no estado de Alagoas. A avaliação é do superintendente do IBGE em Alagoas, Alcides Tenório Júnior, que reforça a importância da colaboração empresarial para a construção de estatísticas econômicas mais precisas e representativas.
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O prazo regular para o envio dos questionários termina em 29 de setembro, mas até o momento Alagoas registra apenas 55% de adesão — bem abaixo de estados como Minas Gerais, que já alcançou 96%. No Nordeste, o estado alagoano está à frente apenas do Maranhão em percentual de respostas.
“Responder ao IBGE não é apenas cumprir uma obrigação legal. É garantir que o estado de Alagoas seja visto pelo que realmente é: um estado que produz, gera emprego e tem potencial de crescer”, destaca Alcides.
Pesquisas são obrigatórias e impactam políticas públicas
As pesquisas realizadas pelo IBGE, como a Pesquisa Anual de Comércio (PAC), a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e a Pesquisa Industrial Anual (PIA-Empresa), são previstas em lei e fundamentais para compreender a estrutura produtiva do estado. Embora a ausência de resposta não inviabilize o cálculo do PIB — graças a procedimentos técnicos aplicados pelo instituto —, a falta de dados diretos reduz a precisão dos resultados.
"Quando as empresas colaboram, o retrato da economia alagoana se torna muito mais fiel, refletindo com clareza a real dimensão da produção, do emprego e da renda no estado", reforça o superintendente.
Multas e restrições para quem não colabora
Além de ser uma obrigação legal, o envio das informações garante às empresas acesso à Certidão de Quitação de Informações Estatísticas, documento necessário para diversas operações de crédito, como financiamentos da Sudene. Empresas que não prestam as informações ficam impedidas de acessar essas linhas de financiamento e podem ser multadas — as penalidades podem chegar a até 10 salários mínimos.
Contadores têm papel-chave no processo
Das 4.286 empresas selecionadas em Alagoas para responder às pesquisas este ano, a maioria conta com o apoio de escritórios de contabilidade para preencher os formulários. Por isso, o envolvimento desses profissionais é decisivo.
A presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Alagoas (CRC-AL), Adriana Araújo, reforça o papel estratégico da categoria:
“O trabalho dos profissionais da contabilidade é indispensável nesse processo. Quando o contador cumpre esse papel com precisão e no prazo, ele contribui diretamente para a valorização da economia alagoana e para a construção de políticas públicas mais adequadas. É um compromisso não apenas com a lei, mas com a sociedade”.
COM INFORMAÇÕES DO IBGE*
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