Baixo número de doadores alonga fila de pacientes que sofrem de doenças renais em Alagoas

Publicado em 27/01/2018, às 08h01

Por Redação

Dados da Secretaria Estadual de Saúde alertam para a dura realidade dos que sofrem com doenças renais: quase trezentas pessoas esperam por um transplante em Alagoas, e o número de procedimentos é baixíssimo.

Dos 19 transplantes realizados no ano passado, 16 foram resultados de doações de pessoas que tiveram morte cerebral, e somente três foram transplantes intervivos, quando o órgão vem de uma pessoa viva.

Os números são baixos, de acordo com a Central de Transplantes, principalmente por receio e falta de conhecimento. Muitas famílias ainda se recusam a doar os órgãos de pacientes que tiveram morte cerebral, e até mesmo o número de notificações destes casos é pequeno.

“Para aumentar o número de transplantes, precisamos aumentar o número de doadores. Precisa aumentar o número de notificações de morte encefálica e reduzir o número de recusa familiar”, explica Kelly Araújo, assistente social da Central de Transplantes. Segundo ela, campanhas educativas estão sendo realizadas, para conscientizar a sociedade.

“É uma coisa crônica do nosso Estado, multifatorial, por deficiência na nossa captação no nosso estado de manter o doador em morte encefálica com o coração batendo e também falta de incentivo financeiro”, explica o nefrologista Erick Barbosa, do Hospital Vida. “Tudo isso faz com que exista esse desestímulo em transplantar”, completa.

O médico lembra também que o medo dos doadores em relação aos transplantes deve ser desmistificado “Tudo é muito calculado e minimizado. A literatura mostra que existe um risco do doador em acontecer alguma intercorrência em menos de 1%. Entretanto, esse indivíduo que doou ou doará o rim tem uma melhor saúde do que a população geral, porque, até chegar a ser retirado o rim, o paciente foi estudado, e viu-se que ele não tem nenhuma patologia, não corre risco de nada surgir naquele período”, explica o nefrologista.

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