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Barracos, mágoas e processos marcam a história de “Os Trapalhões”

13/05/16 - 21h30
Reprodução


A história do maior grupo de "palhaços" da TV brasileira, "Os Trapalhões". é marcada por uma história de sucesso de mais de 30 anos, uma filmografia incrível, mas também há barracos, processos, dívidas e acusações.

Em 1983 o grupo composto por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, que tinha um dos programas semanais mais vistos da TV, brigou publicamente pela primeira vez e se separou.

Na época, Dedé, Zacarias e Mussum não estavam contentes com as divisões de lucros do grupo, andavam ressabiados com o destaque maior de Didi (Renato Aragão) e resolveram fazer um filme separado do "líder dos "Trapalhões"". O próprio Aragão, que não gosta de recordar a briga, fala que ele acabou fazendo um filme de um lado, e Dedé, Mussum e Zacarias fizeram outro, sem ele.

Mais adiante o grupo voltou a se reunir. Mas nunca mais as coisas foram as mesmas. E eles seguiram estremecidos até a morte de Zacarias (1990), e depois, a de Mussum (1994).

Mesmo após o término definitivo do grupo, as confusões, mágoas e acusações não chegaram ao fim.

Diferentemente de Renato Aragão, que seguiu fazendo programas e com contrato com a Globo, Dedé e os familiares de Zacarias e Mussum não ficaram tão bem financeiramente.

Em entrevista ao "Domingo Show" (Record) deste domingo (15), Dedé Santana conta recentemente que colocou à venda a mansão onde viveu nos últimos dez anos com a esposa e três filhos.
O humorista veterano revela ficando sem dinheiro e precisa pagar dívidas com banco.

Dedé disse ao "Domingo Show" que já precisou da ajuda financeira de Renato Aragão. “Quando você está no auge, você tem 500 amigos. Quando você cai um pouquinho, as pessoas parecem que se escondem. Isso dói”, disse o humorista, que declarou: “É uma profissão ingrata. Você sabe que não depende só de talento. Depende também de sorte. Eu nunca fui comerciante, eu nunca fui empresário… eu sempre fui artista. Eu só sei fazer isso", contou ele em entrevista.

Renato Aragão não é mais alvo das críticas de Dedé, como foi em várias entrevistas, anos atrás. O humorista tinha mágoa do ex-colega por não ter sido convidado para filmes e programas de TV posteriores ao término dos "Trapalhões". Dedé e Didi voltaram a trabalhar juntos na Globo por um tempo, mas a parceria terminou. O próprio Didi está encostado na emissora há mais de dois anos, e não deve mais voltar ao ar.

Com Zacarias não foi diferente. Em 1998, logo após a morte do humorista, a família do trapalhão moveu um processo contra a Globo referente ao pagamento dos direitos autorais do artista pelas retransmissões do programa Os Trapalhões, entre 1989 e 1998. Zacarias ajudava financeiramente muitos familiares e assim que ele se foi, ficaram as contas.

O "Câmera Record", da TV Record, exibiu em 2014 um especial sobre Renato Aragão. Na época, a família de Zacarias falou sobre o "abandono".

Segundo as irmãs do humorista morto, Aragão nunca mais os procurou. "Nunca ninguém veio aqui, nada, sumiram todos. Essa atitude contraria a gente, pois nós perguntamos: que amizade foi essa?", desabafou uma das irmãs de Zacarias. "Não gosto de ficar lembrando, é muita emoção, sinto muita saudade", disse, chorando, uma outra irmã.

A família de Mussum também não ficou rica. O filho de Mussum, Antônio Carlos, fez "Malhação" e trabalha como ator. Mas Mussum veio de uma família muito pobre, ajudou muita gente, e não deixou um patrimônio grande.

Em 1998, a família de Mussum entrou com processo na Justiça contra Renato, pelo direito do artista de dispor dos direitos autorais sobre a obra.

Confusões à parte, "Os Trapalhões" foram incríveis e marcaram para sempre a história da TV e do cinema nacional. Eu prefiro me lembrar deles assim, como no vídeo abaixo: