Por Nide Lins
Zeca, o gaúcho mais amado de Alagoas, não conquistou corações apenas com o tempero certeiro do seu churrasco — mas com a alma generosa de quem nasceu para acolher. No Boteco do Zeca, ele era mais que anfitrião: era um anjo dos bares, desses que sabem o nome de cada cliente, que distribuem abraços com a mesma naturalidade com que servia uma costela no ponto. Um homem de sorriso fácil, simpatia ilimitada e um coração gigante que, um dia, infelizmente, lhe pregou uma peça.
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Espetinhos do Boteco do Zeca
Na segunda edição do Festival Maceió dos Prazeres, nos dias 28 e 29 de novembro, na Praça Dois Leões, das 17h às 22h, o gaúcho mais alagoano que Maceió adotou será homenageado por sua história na cultura de botecos do estado. O evento é uma realização da Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria de Turismo, com a minha curadoria.
Zeca com o titulo de melhor churrasqueiro
Na primeira edição do festival, o Boteco do Zeca brilhou — participou e ainda levou o título de melhor churrasquinho pelo voto popular. Mas no dia 17 de março, Zeca nos deixou. E, por trás do balcão onde o cheiro da brasa ainda parece conversar com a memória, permanece uma grande dama que manteve tudo de pé: Patrícia. Parceira de vida, de luta e de sonhos, ela segue firme, honrando o legado do seu amado com a mesma força e a mesma delicadeza que sempre marcaram o Boteco do Zeca. É ela quem faz o lugar continuar pulsando, como se ele ainda estivesse ali, dando risada e dizendo: “trilegal, tchê!”
Zeca com Patricia e Udsoneide (tia da Patrícia)
Porque Zeca é eterno — na história, nos sabores, nas lembranças de quem o conheceu e até de quem só ouviu falar. Desde os 18 anos, quando escolheu Maceió para viver, ele colecionou amizades. Foi passador no Laçador, depois garçom e gerente do Divina Gula, onde conheceu Patrícia. Como bom gaúcho, dominava a churrasqueira com maestria — tanto que preparou uma churrascada especial para a nossa Rainha Marta. Ela craque da bola, e ele craque da brasa.
Zeca com Marta e Patricia
O primeiro nome do bar foi Senhor Brasa, e o sonho de ter o próprio negócio só ganhou forma graças ao apoio da tia de Patrícia, Udsoneide, que acreditou no talento e na garra do casal.
Hoje, é Patrícia quem comanda a equipe formada pelo próprio Zeca. Ao lado do churrasqueiro da casa, mantém acesa a chama do sabor que conquistou Maceió. Daquele cantinho especial saem picanha, carneiro, maminha, asinha, frango desossado… e o espetinho de carne com legumes, uma das estrelas da casa. Tudo sempre escoltado por maionese, macaxeira frita, arroz e um feijão tropeiro com banana-da-terra dos deuses.
Zeca repetia que o segredo de um bom churrasco era simples: “saber trabalhar com a carne, seja qual for o corte; usar sal grosso e não fantasiar o churrasco”. Para ele, bastava fogo vivo, bom braseiro e a mão do churrasqueiro para encontrar o ponto perfeito.
Quem for ao Festival Maceió dos Prazeres vai celebrar Zeca da melhor maneira possível: com um bom churrasco temperado pela memória, pela saudade e pela força dessa gente maravilhosa que ele tanto amou.
Boteco do Zeca no Maceió dos Prazeres
🍽️ Festival Maceió dos Prazeres
28 e 29 de novembro
Praça Dois Leões, das 17h às 22h
Boteco do Zeca - Av. Paulo Falcão, 782 - Jatiúca, Maceió
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