Câmara decide cassar mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Publicado em 18/12/2025, às 17h54
Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados e Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados e Marcos Oliveira/Agência Senado

Por Raphael Di Cunto e Carolina Linhares/FolhaPress

A Mesa Diretora da Câmara, sob a presidência de Hugo Motta, decidiu pela cassação dos mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, com a medida sendo tomada antes do recesso parlamentar. Eduardo enfrentou a cassação devido a um número excessivo de faltas, enquanto Ramagem foi condenado pelo STF à perda de mandato.

Eduardo Bolsonaro já ultrapassou o limite de faltas permitido pela Constituição, que estabelece a perda do mandato após a ausência em um terço das sessões ordinárias. Ele se encontra nos Estados Unidos, onde tem liderado campanhas políticas, enquanto Ramagem fugiu para o exterior durante seu julgamento e também foi condenado por envolvimento em tentativas de golpe.

As decisões refletem a pressão política sobre os dois deputados, com Motta estabelecendo prazos para a defesa de Eduardo antes da cassação. A situação atual é marcada pela condenação de ambos e pela fragilidade política de Eduardo, especialmente após a retirada de sanções dos EUA contra um ministro do STF.

Resumo gerado por IA

A maioria dos membros da Mesa Diretora da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu declarar, nesta quinta-feira (18), a cassação dos mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).


O prazo de defesa dos dois deputados se encerrou na quarta-feira (17). Motta havia dito na semana passada que gostaria de resolver os dois casos até o recesso, que começa nesta sexta-feira (19).


Eduardo estava ameaçado de cassação por excesso de faltas às sessões da Câmara. Já Ramagem foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) à perda de mandato.


Na semana passada, Motta notificou Eduardo a apresentar sua defesa em até cinco sessões e anunciou que, passado esse prazo, iria determinar a cassação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


"Eduardo Bolsonaro já tem um número de faltas que são suficientes para a cassação do seu mandato. O deputado, como todos sabem, está no exterior por decisão dele. É impossível o exercício do mandato parlamentar fora do território nacional", disse o presidente da Câmara no último dia 9.


"[Há] o prazo para que ele possa, em cinco sessões, apresentar sua defesa, e a Mesa deverá apresentar o resultado pela cassação do seu mandato", concluiu.


A Constituição estabelece em seu artigo 55 que perderá o mandato o deputado ou o senador que faltar a um terço das sessões ordinárias do ano, salvo licença ou missão oficial. Segundo o presidente da Câmara, Eduardo já ultrapassou essa marca.


O deputado viajou para os EUA em março, de onde comandou uma campanha para que o presidente americano, Donald Trump, determinasse punições a autoridades brasileiras, além de ter articulado o tarifaço contra produtos brasileiros, com o objetivo de livrar o pai da prisão. Ele diz que viajou ao exterior por sofrer perseguição no Brasil.


Apesar da atuação de Eduardo no exterior, Bolsonaro foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 27 anos e 3 meses de prisão por participação na trama golpista e está preso na sede da PF em Brasília. Na semana passada, os EUA retiraram as sanções da Lei Magnitsky aplicadas contra o ministro Alexandre de Moraes, o que também enfraqueceu a posição política do deputado.


Já Ramagem fugiu para os Estados Unidos durante o julgamento da trama golpista pelo STF (Supremo Tribunal Federal), processo no qual foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por participar da tentativa de golpe de Estado.


Ele teria se mudado em setembro para um condomínio de luxo na Flórida, enquanto gravava vídeos e votava à distância nas sessões da Câmara, amparado por um atestado médico.

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