Após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, caminhoneiros bolsonaristas fecharam trechos de rodovias em pelo menos sete estados para contestar o resultado das eleições.
LEIA TAMBÉM
Vídeos compartilhados nas redes sociais e informações oficiais das concessionárias das estradas apontam a ação dos manifestantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pará, após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alguns motoristas usaram seus próprios caminhões de carga para bloquear as vias. Em outros lugares, pneus também foram queimados.
Dutra bloqueada - A Via Dutra foi fechada nos dois sentidos na manhã de segunda. A via é a principal ligação rodoviária entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram interdições na BR-116, altura de Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro. O UOL confirmou a informação com a CCR RioSP, que administra a rodovia.
Também no Rio de Janeiro, houve bloqueio na altura da BR-101 na altura de Campos dos Goytacazes, mas o fluxo de veículos foi normalizado posteriormente.
Deputado que representa a categoria reconhece vitória de Lula. Em nota, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, informou que não existe qualquer manifestação organizada.
"A categoria reconhece o resultado das eleições realizada no dia de hoje que é fruto da democracia que inclusive essas categoria defendeu em 7 de setembro de 2021 quando as instituições e o estado de direito foram severamente atacadas."

Em São Paulo, bloqueio no interior do estado - A concessionária Triunfo Transbrasiliana confirmou, nas redes sociais, que há tráfego interditado na BR-153 na altura de São José do Rio Preto "devido à manifestação".
Bloqueios em Mato Grosso em pelo menos quatro trechos da BR-163 - Segundo informações de 7h45 desta segunda-feira da assessoria de imprensa da concessionária Rota do Oeste, responsável por administrar a rodovia, são eles:
Também há interdições em:
Em Cuiabá - A Rota do Oeste diz que colocaram fogo em um veículo que estava no acostamento. Houve um bloqueio também em Rondonópolis, km 119 da BR-163, mas o local foi liberado.
"A concessionária segue acompanhando, sem interferência, as manifestações com foco na segurança viária. As equipes operacionais da Rota do Oeste estão sinalizando o final da fila, como forma de evitar acidente", diz a administradora.
A concessionária diz ter sido acionada pela primeira vez às 18h50, ou seja, seis minutos depois da virada de Lula sobre Bolsonaro na contagem dos votos.
Em Goiás, há pelo menos dois pontos de bloqueio - A concessionária Via 040, que opera a rodovia BR-040 entre Brasília, Goiás e Minas Gerais, divulgou informações sobre os locais com manifestantes:
Rodovias bloqueadas em Santa Catarina - Apoiadores de Bolsonaro também bloquearam a BR-101 na altura de Palhoça (25 km de Florianópolis), em frente a uma loja da Havan, do empresário Luciano Hang, notório apoiador de Bolsonaro.
São 18 pontos de interdição no momento. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) diz que negocia a liberação da rodovia "de forma pacífica".
A concessionária da estrada, Arteris Litoral Sul, informou ontem à noite que há uma fila de dois quilômetros no sentido de Porto Alegre, e que não há previsão de liberação da pista. Imagens publicadas nas redes sociais mostram uma van atravessada na estrada e manifestantes agitando bandeiras do Brasil. "Não vamos aceitar [o resultado]", diz um manifestante em uma das gravações.
Bloqueios no Rio Grande do Sul - Manifestantes bloqueiam as seguintes vias:
No Pará - Segundo informações oficiais desta manhã, há três pontos de interdição:
Pedido de golpe - Em uma das gravações à qual o UOL teve acesso, um dos supostos líderes da manifestação diz, em tom de ameaça, que todos os caminhoneiros só sairão das ruas quando o Exército tomar o poder.
"Eu estou com lideranças do Brasil inteiro. São 256 pessoas. Travou o Brasil. Travou. Não podemos liberar. [São] 72 horas para o Exército tomar conta. Se nós precisar (sic) ficar além das 72 horas... travou, não libera nada. Joinviille, Criciúma, São Paulo, Rio de Janeiro...geral. Deu, acabou. Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e dizer: 'vocês não podem pedir intervenção militar ou qualquer coisa'. Nós só saímos das ruas na hora em que o Exército tomar o país",disse manifestante em vídeo.
"Nós não vamos aceitar essa roubalheira, não", disse outro manifestante, em uma gravação nas redes sociais.
Zambelli incentiva caminhoneiros - À 1h35, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das aliadas mais próximas ao presidente Jair Bolsonaro, parabenizou os motoristas pela ação nas estradas. "Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam."
+Lidas