O mercado de trabalho vive uma transformação acelerada, impulsionada pela tecnologia, novas demandas e mudanças no comportamento profissional. Nesse cenário, modelos tradicionais de crescimento já não atendem às diferentes aspirações de carreira. É nesse contexto que a carreira em Y ganha destaque como uma alternativa mais flexível, estratégica e alinhada às múltiplas possibilidades de desenvolvimento.
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Para a mentora de carreiras femininas Thaís Roque, referência em desenvolvimento profissional, compreender e aplicar esse modelo é essencial para quem deseja se manter relevante. “A carreira em Y desafia diretamente o conceito de que só cresce quem vira gestor. Hoje, o mercado valoriza quem aprofunda conhecimento técnico, lidera projetos, transita entre áreas e combina especialidades. Crescer não é mais subir: é expandir”, destaca.
Segundo ela, essa visão é especialmente importante para mulheres, que ainda enfrentam barreiras estruturais para alcançar posições de liderança formal. “Muitas profissionais acreditam que, se não estiverem em cargos de gestão, não estão evoluindo. O conceito da carreira em Y prova exatamente o contrário: existem diversas formas de gerar impacto e valor e nenhuma delas é inferior”, afirma.
Entre os fatores que vêm tornando a carreira menos linear estão:
“O mercado muda rápido demais para caber em um único caminho. Quem explora diferentes combinações de habilidades tem mais chances de se destacar porque conecta pontos, inova e lidera mudanças”, reforça Thaís Roque.

Para ajudar profissionais a se prepararem para esse novo cenário, Thaís Roque destaca 5 dicas essenciais. Confira!
Mapeie suas forças, interesses, ambições e limites. Entender o que motiva e o que bloqueia é o primeiro passo para escolher entre especialização, liderança, transição de área ou combinações entre elas.
Nem toda evolução é vertical. Mudanças de área, projetos temporários ou funções híbridas podem ampliar repertório e abrir portas antes invisíveis.
O futuro pertence a profissionais que unem técnica, visão estratégica e competências comportamentais. Essa mescla é o que permite navegar entre diferentes rotas da carreira em Y.
O ritmo de transformação exige abertura para aprender, migrar, testar e ajustar. “Carreira em Y não é indecisão, é estratégia”, reforça Thaís Roque.
Acompanhe tendências, estude novas competências e identifique movimentos do mercado antes dos demais. Quanto mais repertório, mais opções se tornam viáveis.
Thaís Roque lembra que o maior obstáculo costuma ser mental: “fomos ensinados a acreditar em uma única escada, com degraus iguais para todos. O mundo mudou. Hoje, uma trajetória que combina especialização, projetos paralelos, transições de área ou liderança técnica é tão valiosa quanto uma carreira vertical tradicional”.
Por Renata Bezerra
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