Caso Claúdia Pollyanne: laudo aponta coquetel de substâncias em corpo de esteticista

Publicado em 25/08/2025, às 17h44
Cláudia Pollyanne faleceu no último sábado, 9 de agosto
Cláudia Pollyanne faleceu no último sábado, 9 de agosto

Por TNH1 com informações da Polícia Científica de Alagoas

O Instituto Médico Legal divulgou, na tarde desta segunda-feira (25), que uma análise feita em amostras de sangue coletadas do corpo da esteticista Cláudia Pollyanne apontou para indícios de intoxicação medicamentosa. Ela morreu dentro de uma clínica de reabilitação, em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, no último sábado (9).

Na última sexta-feira (22), a reportagem do TNH1 teve acesso ao laudo do exame cadavérico feito no corpo de Cláudia. O documento apontou como causa da morte uma insuficiência respiratória aguda e também a presença de diversas lesões traumáticas no corpo da esteticista. 

Durante a necropsia, foram coletadas amostras de sangue, humor vítreo (é um gel transparente que preenche a cavidade posterior do olho) e conteúdo estomacal para análise toxicológica.

O laudo do Instituto de Criminalística apontou a presença de múltiplos medicamentos pertencentes a diferentes classes — incluindo antidepressivos, antiepilépticos, antipsicóticos, benzodiazepínicos e anti-histamínicos — muitos dos quais com efeito sedativo significativo.

Entre os compostos detectados estão 7-aminoclonazepam, amitriptilina, carbamazepina, clorpromazina, diazepam, fluoxetina, haloperidol, nortriptilina, prometazina e quetiapina. De acordo com o laudo pericial, a concentração de uma das substâncias, a Carbamazepina, ultrapassou o nível de referência tóxica, atingindo um valor acima de 10,0.

Esteticista tinha várias lesões pelo corpo

De acordo com o IML, durante exame cadavérico, a perícia identificou múltiplas lesões externas distribuídas por diferentes regiões do corpo da esteticista e em estágios evolutivos variados.

As marcas mais recentes estavam localizadas na face, com destaque para uma extensa equimose no olho direito (presença de acúmulo de sangue devido à ruptura de vasos sanguíneos), compatível com impacto causado por instrumento contundente.

Segundo a Polícia Científica, lesões antigas, observadas no abdome e na coxa esquerda, sugerem a ocorrência de agressões físicas reiteradas ao longo do tempo.

Também foram constatados sinais de traumatismo crânio-encefálico que, embora não apresentassem potencial letal imediato, podem ter contribuído significativamente para o desfecho fatal.

“Diante dos achados, o laudo pericial conclui que a causa terminal do óbito foi insuficiência respiratória aguda, com participação contributiva de traumatismos cranianos e intoxicação medicamentosa, no contexto de episódios reiterados de violência”, disse o perito médico-legista Lucas Emanuel. 

O caso

 A família da esteticista Cláudia Pollyanne registrou um Boletim de Ocorrência para solicitar exames complementares após ter sido informada na Unidade de Pronto Atendimento de Marechal Deodoro, na região Metropolitana de Maceió, sobre hematomas no corpo da mulher, que morreu no sábado, 9 de agosto.

De acordo com a delegada Liana Franco, titular do 17º Distrito Policial, depois da repercussão do caso da esteticista, a polícia passou a receber mais denúncias. Após o resgate de uma adolescente de 16 anos, também paciente da clínica, na noite da quinta-feira, 14, a proprietária da clínica foi presa. A menina contou aos policiais que teria sofrido abusos sexuais praticados pelo dono clínica, marido da proprietária.

Uma vítima contou à polícia que, nos nove meses em que ficou internada na clínica, sofreu abusos, foi dopada e que havia até um cachorro da raça pitbull nas dependências da 'comunidade terapêutica' como forma de intimidação.

O resultado do exame cadavérico feito no corpo da esteticista Cláudia Polllyane Faria de Santa'Anna, de 41 anos, apontou como causa da morte uma insuficiência respiratória aguda. O documento também revelou a presença de diversas lesões traumáticas no corpo da esteticista.

O proprietário da clínica era considerado foragido desde o dia 15 de agosto - data em que a polícia prendeu a esposa dele, que também é proprietária da clínica. Ele foi preso escondido em um motel, no dia 22 de agosto, em Jacarecica, Litoral Norte de Maceió.

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