Uma testemunha que estava com Pedro Lúcio dos Santos, o "Peu", morto aos 47 anos, reconheceu os réus Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané, e afirmou que os dois estavam no grupo que atacou os torcedores do CSA em 2023. O depoimento aconteceu no final da manhã desta quinta-feira, 2, no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, onde ocorre o júri popular dos dois acusados pelo assassinato nos arredores do Estádio Rei Pelé.
LEIA TAMBÉM
Peu, que era torcedor fanático do CSA, foi brutalmente assassinado depois do jogo entre CSA e Confiança, no dia de maio de 2023. Ele foi espancado com barras de ferro, pedras e paus, enquanto estava em um churrasquinho ao redor do estádio. Mais de dez pessoas foram apontadas como suspeitas, em 2023, ano do crime, de participar do homicídio, porém apenas duas sentam no banco dos réus nesta quinta-feira.
"Todos desceram (do carro) em nossa direção, todos. Agrediram tanto o Pedro quanto eu, com barra de ferro, barrote. Nós não fazemos parte de torcida organizada. Fomos ao jogo, depois ao churrasquinho. Se não tivesse corrido, tinha sido vítima como o Pedro foi. Estavam para pegar qualquer pessoa.Tinha na faixa de uns 20”, relatou a testemunha.
Temendo represálias, a testemunha pediu ao juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara da Capital, que os familiares dos réus não ficassem no tribunal para presenciar o depoimento. O magistrado aceitou o pedido.
A testemunha expôs traumas após o ataque. "Não saio com frequência de casa, não vou mais para jogos. Esse foi um crime bárbaro. Todos ficaram chocados".
Pedro Lúcio dos Santos ficou internado no Hospital Geral do Estado, mas morreu três dias depois por traumatismo craniano.
"Foi um susto. Abriram as portas (do carro) e desceram para agredir. Era barra de ferro, barrote, garrafas de vidro".
Questionada sobre o momento das agressões, a testemunha sustentou que viu Milton descendo do carro com os outros agressores. “Vi, ele estava com uma barra de ferro na mão”, respondeu, enquanto era confrontada pela defesa.
Já sobre o outro réu Jonas, a testemunha afirmou que o reconheceu pelas redes sociais.
O júri popular ocorre nesta quinta-feira, 2, e até a publicação da matéria não foi informada previsão de encerramento.
No total, conforme aponta o Ministério Público do Estado de Alagoas, eram 10 agressores maiores de idade e mais dois menores, que receberam medidas cautelares. Dos dez, sete foram impronunciados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e receberam alvará de soltura. Dois estão sendo julgados e um segue foragido.
No papel de acusação, a promotora de Justiça Adilza de Freitas defende que há provas muito fortes e que serão sustentadas três qualificadoras para o crime.
A advogada de defesa dos dois acusados que sentam no banco dos réus, Ana Neli Viana, disse em entrevista ao TNH1 que há a expectativa que os dois sejam absolvidos, porque não há provas. Ana Neli sustenta que os dois são inocentes e que tudo será provado no tribunal do júri.
LEIA MAIS
+Lidas