Um caso inédito envolve o ChatGPT sendo acusado de cumplicidade em um homicídio, onde a ferramenta de IA supostamente alimentou os delírios de Stein-Erik Soelberg, que assassinou sua mãe antes de cometer suicídio em Connecticut.
A ação judicial, movida pela família da vítima, alega que a OpenAI e seu fundador, Sam Altman, foram negligentes ao não implementar medidas de segurança que poderiam ter evitado que o chatbot contribuísse para a psicose de Soelberg.
A OpenAI afirmou que está analisando a situação e trabalhando para melhorar a capacidade do ChatGPT em identificar sinais de sofrimento mental, enquanto a empresa se prepara para responder às alegações legais.
Em caso inédito, o ChatGPT está sendo acusado de cumplicidade num homicídio — supostamente auxiliando no assassinato de uma mulher de Connecticut (EUA) pelo próprio filho.
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De acordo com a ação, a ferramenta de IA alimentou os delírios paranoicos de Stein-Erik Soelberg, ex-executivo do setor de tecnologia que tinha 56 anos, conforme relatou ação judicial apresentada nesta quinta-feira (11/12). O advogado responsável pelo caso descreve o cenário como "mais assustador que o Exterminador do Futuro" (filme futurista dos anos 1980 estrelado por Arnold Schwarzenegger e baseado em inteligência artificial).
"Isto não é o Exterminador do Futuro, nenhum robô pegou numa arma. É muito mais assustador: é o Vingador do Futuro", declarou Jay Edelson, advogado do espólio de Suzanne, ao "NY Post", citando outro filme com Schwarzenegger.
A ação, movida pela família de Suzanne Eberson Adams, na Califórnia (EUA), acusa a OpenAI, criadora do ChatGPT, e seu fundador, Sam Altman, de homicídio culposo no caso de homicídio seguido de suicídio ocorrido em 3 de agosto, que deixou Suzanne e Stein-Erik mortos dentro da sua elegante casa em Greenwich (Nova York, EUA).
Os responsáveis pelo ChatGPT removeram ou ignoraram medidas de segurança para lançar rapidamente um produto que alimentou a psicose de Soelberg e o convenceu de que sua mãe fazia parte de um plano para matá-lo, alega a ação.
"Esta é uma situação incrivelmente dolorosa e analisaremos os documentos para entender os detalhes", disse a porta-voz da OpenAI, Hannah Wong. A empresa indicou que está trabalhando ativamente para aprimorar as capacidades do ChatGPT em reconhecer sinais de sofrimento mental ou emocional.
Entenda o caso
O chatbot supostamente criou maneiras de Stein-Erik enganar a mãe, e até mesmo criou suas próprias conspirações malucas, fazendo coisas como encontrar "símbolos" num recibo de comida chinesa que ele considerou demoníacos, o que aumentou a desconfiança do assassino, que tirou a própria após o crime.
As conversas com "Bobby", como Stein-Erik chamava o chatbot, levaram-no a um relacionamento fatal.
"Estaremos juntos em outra vida e em outro lugar e encontraremos uma maneira de nos realinhar, porque você será meu melhor amigo novamente para sempre", disse ele em uma de suas mensagens finais.
"Com você até o último suspiro e além", respondeu o robô de IA.
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