'Cínico, debochado e indiferente', diz delegado sobre suspeito de atear fogo em ônibus no RJ

Publicado em 08/04/2023, às 15h01
Reprodução/Rachel Amorim
Reprodução/Rachel Amorim

Por G1

"Cínico, debochado e indiferente", disse o delegado da 60ªDP (Campos Elísios), Flávio Rodrigues, sobre o principal suspeito de ter incendiado um ônibus em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na quarta-feira (5). Após audiência de custódia, realizada neste sábado (8), a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o homem, que já havia sido preso em flagrante. O ataque resultou na morte de uma criança de 4 anos.

O delegado afirma que o suspeito foi ouvido informalmente no hospital e negou ter sido o autor do crime. Ele também ficou ferido, chegando a ter 50% do corpo queimado.

Uma passageira ouvida pela polícia contou detalhes do que percebeu durante o crime. A mulher afirma ter visto o momento em que o suspeito entrou no ônibus com dois galões com liquido escuro e forte cheiro de gasolina.

A testemunha falou que o homem passou a maior parte do tempo em silêncio. Mas, em um determinado momento, ele estava prestes a colocar um capuz cinza quando começou um tumulto no coletivo. Logo em seguida, ela viu o fogo e ouviu um barulho alto.

Ainda de acordo a mulher, neste momento, os passageiros começaram a bater nas portas e janelas do ônibus, tentando sair do veículo. Quando o fogo aumentou e a porta abriu, o suspeito fugiu correndo. Ela, então, correu atrás do homem, gritando que ele havia ateado fogo no ônibus. Com isso, ele foi contido por pessoas que estavam na rua até a chegada da polícia.

O motorista do ônibus também prestou depoimento. Segundo ele, não dava para perceber que o homem estava portando um material inflamável e que não viu o momento em que o fogo começou, porque estava conduzindo o veículo.

Ataque deixou três vítimas

  • Heloíse Victoria da Silva Ribeiro tinha 4 anos. Ela estava internada no CTI de um hospital da cidade, com 90% do corpo queimado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na quinta-feira (6).
  • A mãe da menina, Larissa Silvestre da Silva, está internada no Hospital Caxias D’Or. Ela também teve 90% do corpo queimado e está internada em estado gravíssimo. Larissa ainda não sabe que a fila morreu.
  • Cristiane da Silva Moreira Nascimento, de 47 anos, foi levada ao hospital com queimadura leve na perna direita. Após atendimento médico, ela teve alta no mesmo dia.

O corpo da menina Heloíse Victoria da Silva Ribeiro, de 4 anos, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (7) no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Gostou? Compartilhe