Um grupo de presos de Minas Gerais é suspeito de ter saído da prisão com a ajuda de hackers que usaram senhas de juízes para publicar alvarás de soltura fraudulentos.
Dos quatro suspeitos, um foi recapturado e três são considerados foragidos.
Os hackers acessaram o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), responsável pela emissão de alvarás de soltura. Não houve invasão de sistema, segundo o conselho, mas o uso de login e senha de juízes do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) de maneira indevida.
Os detentos soltos haviam sido presos no dia 10 de dezembro com outras cinco pessoas, justamente sob a suspeita de usar indevidamente credenciais de magistrados e servidores do TJMG para acessar o sistema.
O CNJ disse em nota que não há indícios de falha no sistema, nem de envolvimento funcional de servidores públicos. O TJMG afirma que faz apuração rigorosa dos fatos. Segundo a investigação que prendeu os nove suspeitos, eles também acessavam os registros do BNMP (Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões), Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário) e no Renajud (Registro de Veículos Automotores Judicial).
Além de invadir os sistemas, eles são suspeitos de praticar o golpe do falso advogado.
Segundo o TJMG, os alvarás de soltura falsos foram identificados em menos de 24 horas após a expedição e imediatamente anulados. Nesse período, quatro presos foram liberados. Os mandados de prisão originais já foram restabelecidos e um dos detentos fora recapturado até esta terça (23), segundo o tribunal.
"O CNJ acompanha permanentemente episódios dessa natureza, mantém procedimentos próprios de controle e tem buscado o aprimoramento contínuo dos protocolos de segurança de seus sistemas, atuando em articulação com outros atores responsáveis", disse o conselho, em nota.
"Tribunal reforça a sua confiança nos sistemas judiciais administrados pelo Conselho Nacional de Justiça e segue empenhando constante vigilância para prevenir e combater qualquer tipo de violação aos seus sistemas", afirmou o TJ mineiro.