Com ajuda de hacker preso, quatro detentos deixam presídio com alvarás falsos

Publicado em 24/12/2025, às 13h02
Fugitivos do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, foram classificados como foragidos pela Justiça de Minas Gerais. São eles: Ricardo Lopes de Araújo (esquerda), Wanderson Henrique Lucena Salomão (centro) e Nikolas Henrique de Paiva Silva - Foto: Sejusp/Divulgação
Fugitivos do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, foram classificados como foragidos pela Justiça de Minas Gerais. São eles: Ricardo Lopes de Araújo (esquerda), Wanderson Henrique Lucena Salomão (centro) e Nikolas Henrique de Paiva Silva - Foto: Sejusp/Divulgação

Por Folhapress

Um grupo de presos em Minas Gerais é suspeito de ter sido libertado com a ajuda de hackers que usaram credenciais de juízes para emitir alvarás de soltura fraudulentos, resultando na fuga de três detentos ainda foragidos.

Os hackers acessaram o sistema do CNJ sem invasão, utilizando logins de juízes do TJMG, e os detentos haviam sido presos anteriormente por suspeitas semelhantes de uso indevido de credenciais.

O TJMG já anulou os alvarás falsos em menos de 24 horas e restabeleceu os mandados de prisão, enquanto o CNJ e o TJMG reforçam suas medidas de segurança e vigilância para evitar novas violações.

Resumo gerado por IA
Um grupo de presos de Minas Gerais é suspeito de ter saído da prisão com a ajuda de hackers que usaram senhas de juízes para publicar alvarás de soltura fraudulentos.
Dos quatro suspeitos, um foi recapturado e três são considerados foragidos.
Os hackers acessaram o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), responsável pela emissão de alvarás de soltura. Não houve invasão de sistema, segundo o conselho, mas o uso de login e senha de juízes do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) de maneira indevida.
Os detentos soltos haviam sido presos no dia 10 de dezembro com outras cinco pessoas, justamente sob a suspeita de usar indevidamente credenciais de magistrados e servidores do TJMG para acessar o sistema.
O CNJ disse em nota que não há indícios de falha no sistema, nem de envolvimento funcional de servidores públicos. O TJMG afirma que faz apuração rigorosa dos fatos. Segundo a investigação que prendeu os nove suspeitos, eles também acessavam os registros do BNMP (Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões), Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário) e no Renajud (Registro de Veículos Automotores Judicial).
Além de invadir os sistemas, eles são suspeitos de praticar o golpe do falso advogado.
Segundo o TJMG, os alvarás de soltura falsos foram identificados em menos de 24 horas após a expedição e imediatamente anulados. Nesse período, quatro presos foram liberados. Os mandados de prisão originais já foram restabelecidos e um dos detentos fora recapturado até esta terça (23), segundo o tribunal.
"O CNJ acompanha permanentemente episódios dessa natureza, mantém procedimentos próprios de controle e tem buscado o aprimoramento contínuo dos protocolos de segurança de seus sistemas, atuando em articulação com outros atores responsáveis", disse o conselho, em nota.
"Tribunal reforça a sua confiança nos sistemas judiciais administrados pelo Conselho Nacional de Justiça e segue empenhando constante vigilância para prevenir e combater qualquer tipo de violação aos seus sistemas", afirmou o TJ mineiro.

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