Assistente de acusação, o promotor de justiça Flávio Costa defendeu que o réu Matheus Soares, que está sendo julgado nesta quinta-feira (18), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, por homicídio qualificado contra o próprio filho, fez tudo de forma planejada.
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"Tudo premeditado e planejado. Matar uma pessoa já é um absurdo, a não ser que tenha um excludente, uma legítima defesa, mas matar uma criança indefesa de 04 anos de idade e de forma perversa com veneno que se dá a rato não tem nem palavras", alegou.
Flávio Costa disse ainda que o comportamento do Matheus a todo tempo foi dissimulado.
"Ele se desloca ao Jacintinho e procura uma pessoa chamada José Galdino, que não está mais no meio de nós, em um mercadinho. Mas em depoimento, à época, José Galdino disse que o reconheceu como aquele cliente que passou o cartão de crédito e comprou o veneno. Por 13 reais ele comprou a morte do filho dele", disse o promotor ao mostrar as imagens para os jurados.
"Ele passa uma semana [com o veneno] como se nada tivesse acontecido, tratando bem o filho e dizendo para a mãe que ia buscar a criança na escola. No dia 27, a criança fica com ele e vem a ideia de pegar o mingau feito pela avó do menino para dar para o seu filho de 04 anos, entupido de chumbinho. O pote encontrado pela professora estava um pouco acima da metade. Ele deu uma grande dose, ele não deu uma pitada de chumbinho, ele deu uma dose para matar rinoceronte", afirmou o promotor.
O representante do MInistério Público falou ainda sobre o pouco compromisso do réu com a paternidade e que a morte da criança criou feridas além da família. "Um homem que, na verdade, até a pensão da criança não pagava. Quem pagava era o avô, segundo foi informado aqui pela própria genitora do Anthony", destaca.
"Foi um crime com requinte de crueldade e perversidade que não matou só o Anthony, matou a mãe do Anthony, matou toda a comunidade escolar, matou todos os envolvidos diretos e também os envolvidos indiretos, porque foi um crime bárbaro, um crime com requintes de perversidade e por uma motivação fútil", concluiu o promotor.
Relembre o caso - Matheus Soares, de 24 anos, foi preso no dia 29 de maio de 2024, dois dias após a morte do filho, Anthony Levy Nascimento dos Santos, de apenas 04 anos. A criança passou mal enquanto estava na creche no bairro de São Jorge, em Maceió, e não resistiu.
De acordo com a Polícia Civil, o pai confessou que colocou chumbinho no mingau do menino. O produto foi comprado pelo acusado no bairro do Jacintinho, o que demonstra uma premeditação. Câmeras de segurança registraram o momento em que Matheus descartou o frasco com o veneno em uma lixeira da creche onde o filho estudava. À polícia, ele alegou que cometeu o crime como forma de retaliação à ex-companheira, mãe da criança.
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