Uma confusão generalizada foi registrada nesta quinta-feira (17) durante uma sessão no Parlamento japonês que debatia mudanças na lei de defesa do país. Muitos temem que a medida possa alterar a tradicional Constituição pacifista do país que conduz a política militar nacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Os opositores do projeto começaram a empurrar os líderes do governo quando estes quiseram recomeçar a votação da polêmica medida mesmo sem ter consenso. A sessão havia sido interrompida na noite de ontem (16), pela ausência de quórum, e a comissão que lidera as mudanças decidiu remarcar o pleito para esta manhã.
Assim que os trabalhos foram iniciados, os opositores cercaram os membros da comissão e começaram o empurra-empurra. As cenas, muito incomuns no local, foram o desfecho de semanas de protestos populares contra a reforma na lei que permite que o governo envie tropas para lutar no exterior, mesmo sem que o conflito possa causar problemas para o Japão.
Ontem, cerca de 13 mil pessoas se reuniram no lado de fora do Parlamento para protestar contra o projeto de lei. O medo da população é que a Constituição pacifista japonesa seja atingida. Imposta após a derrota dos japoneses na Segunda Guerra Mundial, ela permite que o país utilize seus militares apenas em caso de autodefesa.
A medida é defendida pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, que diz querer a mudança para "enfrentar" o que chama de ameaças ao território provocadas pela China e pela Coreia do Norte.
Apesar do protesto, horas depois do início dos trabalhos, a comissão da Câmara Alta aprovou a nova lei para que o país faça uma "autodefesa coletiva", especialmente em conflitos liderados pelos Estados Unidos.
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