A Defensoria Pública de Alagoas vai entrar com uma ação judicial para que o corpo de um bebê, trocado no Hospital Universitário, em Maceió, fosse exumado para poder ser sepultado pela família dele. A dona de casa, Gerlane da Silva, denunciou nesta quinta-feira (30), que sua bebê Ana Clara, falecida horas após o nascimento, foi entregue a uma família do interior de Alagoas que acabou sepultando o corpo no lugar de outro bebê.
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Para o defensor público Fernando Rebouças, uma ação cabível para o caso deve ser ajuizada até essa sexta-feira (31) para que o corpo de Ana Clara seja encaminhado para a mãe, Gerlane da Silva.
“Nós coletamos informações e documentações pertinentes com os familiares e entramos em contato com o hospital para solicitar mais detalhes. O próximo passo é entrar com uma ação judicial a fim de promover a exumação do corpo que foi enterrado equivocadamente. Assim cada família poderá sepultar o corpo do seu ente”, afirmou.

Fernando Rebouças em entrevista à TV Pajuçara (Crédito: Reprodução)
Além da exumação, a defensoria vai trabalhar para promover a correção na certidão de óbito que foi emitida. “O que cabe a Defensoria Pública inicialmente é trabalhar na seara de promover a correção nos documentos, dar um conforto para a família e acabar com essa celeuma”, acrescentou.
Perguntado sobre quem seria responsabilizado pelo erro, Rebouças destacou que somente após maiores apurações do órgão que será definido algo. “No momento não temos como tecer maiores considerações sobre responsabilidade. Apenas com mais informações que será possível direcionar alguma responsabilização”, disse.
O TNH1 entrou em contato com a assessoria do Hospital Universitário que informou que deve emitir uma nota sobre o caso em breve.
TROCA DE CORPOS DE BEBÊS
A dona de casa Gerlane da Silva, de 21 anos, foi surpreendida na última quarta-feira (29), quando foi buscar o corpo do bebê no Hospital Universitário. A jovem descobriu que o corpo de Ana Clara havia sido entregue para outra família, de União dos Palmares, onde acabou sepultado. Nascida no último sábado (25), o bebê morreu duas horas após o parto.
Em entrevista ao TNH1, na manhã desta quinta-feira (30), Gerlane, ainda muito abalada, contou que seu desejo é muito simples. “Quero ter o direito de enterrar minha filha perto de mim”, pediu a dona de casa, que vive em Rio Largo, na região metropolitana.
Após o parto, o bebê de Gerlane permaneceu no segundo andar, onde nasceu, enquanto a mãe foi transferida para outro setor. A certeza da troca dos corpos dos bebês se deu por uma coincidência, na recepção do Hospital. “Mostrei uma foto da minha filha no celular e o pai de outra criança reconheceu que era a mesma que ele tinha enterrado, no dia anterior”, disse Gerlane. “Ele me contou que entregaram o caixão fechado com minha filha dentro. A família quis se despedir do menino e quando abriu a caixinha, já em União, viram que não era o bebê deles”.
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