Maceió

Defesa de cerimonialista nega golpe em formandos e alega "desorganização financeira"

Segundo a Polícia Civil, mais de 40 formandos foram ouvidos na Deic e apontaram prejuízos causados pelo organizador de eventos

Eberth Lins | 02/02/23 - 13h05
Formandas do curso de Enfermagem quando estiveram na Central de Flagrantes, em Maceió, para registrar Boletim de Ocorrência | Foto: Reprodução / TV Pajuçara

O cerimonialista Felipe Lima, de 39 anos, da empresa Felipe Lima Eventos, suspeito de aplicar golpes contra formandos de escolas e faculdades de Maceió, foi preso na casa de um irmão, no município de Marechal Deodoro, na manhã desta quinta-feira (02). Só em uma das denúncias, Felipe Lima é suspeito de aplicar um golpe de mais de R$ 90 mil vitimando formandos do curso de Farmácia de uma faculdade particular. 

A prisão, de acordo com o delegado Igor Diego, da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), aconteceu em caráter preventivo, uma vez que o produtor não estava morando em casa e dava indícios de uma possível fuga. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 10ª Vara Criminal da Capital. Também nesta quinta foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência de Filipe Lima, no bairro do Feitosa, em Maceió.

O que diz a defesa -  O advogado do produtor Felipe Lima, Wallace Miranda, negou que o preso tenha cometido o crime de estelionato alegando que não houve vantagem. O advogado também garantiu que o produtor vai hipotecar um imóvel para ressarcir todos os formandos.

"Garanto a vocês que ele vai hipotecar e adimplir sua obrigação com todos os formandos. Quem teve eventos cancelados ou que foram feitos não em sua totalidade vai ter esse dinheiro devolvido", assegurou o advogado atribuindo a situação da não realização de festas já pagas por formandos à questões de "desorganização financeira".

"Por vezes ele [Felipe] perdeu o foco. Ele cobria uma festa com o dinheiro de outra festa, inclusive por inadimplência de outros formandos. Alguns estudantes pagavam umas parcelas e deixaram de pagar outras, por isso houve esse descontrole financeiro", complementou o advogado em entrevista à TV Pajuçara.

A representação pelas medidas cautelares têm como base mais de 40 depoimentos de vítimas e vários documentos que estão no inquérito policial que apura o caso. “Os estudantes afirmam que foram lesados pelo produtor de eventos que recebeu dinheiro para promover as formaturas, mas os bailes não foram realizados, bem como alguns outros estudantes revelam que já adiantaram valores e temem ficar no prejuízo porque não há saldo para que os eventos sejam realizados pelo investigado”, explicou Igor Diego que preside a comissão que investiga o caso.

O produtor de eventos deve ser interrogado ainda nesta quinta-feira e formalmente indiciado por crimes de estelionato, conforme o delegado Sidney Tenório, que também integra a comissão responsável pelas investigações. "Em seguida, o acusado deve ser encaminhado para a Casa de Custódia, onde fica à disposição do Poder Judiciário”, acrescentou o delegado.