A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, em meio a investigações sobre uma suposta fraude de R$ 12 bilhões, que envolvem a fabricação de carteiras de crédito insubsistentes. A liquidação extrajudicial do banco, decretada pelo Banco Central, foi criticada pela defesa, que argumenta que isso inviabilizou uma venda legítima da instituição.
As investigações começaram em 2024, após solicitação do Ministério Público Federal, e revelaram que o Banco Master teria comercializado títulos de crédito fraudulentos. A defesa de Vorcaro contesta as alegações, afirmando que as carteiras foram adquiridas de terceiros e que não há evidências concretas de fraude.
Apesar do pedido de soltura, a Justiça manteve a prisão de Vorcaro, alegando a necessidade de evitar a continuidade das atividades da organização criminosa. O Banco de Brasília, envolvido no caso, já liquidou ou substituiu mais de R$ 10 bilhões relacionados às carteiras suspeitas.
A defesa do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, disse que a operação realizada pela PF( Polícia Federal) e a consequente liquidação extrajudicial decretada pelo BC (Banco Central) inviabilizaram a venda "legítima" da instituição.
LEIA TAMBÉM
Os advogados de Vorcaro disseram se tratar de “fato inexistente” a fraude de R$ 12 bilhões investigada pela Polícia Federal em torno da instituição financeira.
Segundo eles, as medidas cautelares adotadas são injustas e desnecessárias, além de inviabilizar uma "solução [a venda do banco] de mercado legítima que evitaria os custos de liquidação impostos ao sistema financeiro e à sociedade e não prejudicaria a realização de qualquer investigação".
As investigações que levaram à prisão de Daniel Vorcaro tiveram início em 2024, após uma requisição do MPF (Ministério Público Federal). A PF apura a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Tais títulos teriam sido comercializados e vendidos a outro banco.
Vorcaro foi preso na noite de segunda-feira (17), no Aeroporto de Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo, quando embarcava para Dubai. A defesa afirma que ele iria a uma viagem de negócios para tratar da venda do Master ao Grupo Fictor e um consórcio de investidores do país.
A prisão do dono do Master e a liquidação do banco se dá menos de um dia após o Grupo Fictor ter anunciado interesse em comprar a instituição financeira.
Após pedido de soltura, a Justiça manteve a prisão de Vorcaro, argumentando que o afastamento entre os suspeitos é necessária para impedir a continuidade da atividade da organização criminosa.
Fraude
A Polícia Federal informou que a fraude em torno de carteiras de crédito do Banco Master pode chegar a cerca de R$ 12 bilhões. O BRB (Banco de Brasília), envolvido na operação, destaca que liquidou ou substituiu mais de R$ 10 bilhões ligados à emissão dessas carteiras supostamente fraudulentas.
Os advogados de Vorcaro disseram que nunca houve antes processo punitivo aberto contra o banqueiro e ressaltaram que não há materialidade nas alegações de fraude nas operações de crédito.
“Essas carteiras foram previamente adquiridas pelo Banco Master junto a terceiros que atuavam na originação de créditos, prática comum de mercado. Isso significa que o Banco Master não captou diretamente os empréstimos consignados que compunham essas carteiras”, afirma a defesa em nota.
“Como as Cédulas de Crédito Bancário (“CCB”) já tinham sido efetivamente geradas, o Banco Master podia montar a carteira e fazer a cessão ao BRB, até porque havia uma série de garantias contratuais que protegiam ambas as partes e permitiam a substituição ou a recompra de eventuais carteiras não performadas. Todas as carteiras cedidas foram devidamente registradas na B3”, acrescenta.
LEIA MAIS
+Lidas