Dentista relata tratamento para acne com lesões profundas: 'Chego a chorar de dor’

Publicado em 02/09/2025, às 21h02
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Por Revista Marie Claire

A cirurgiã dentista Thayná Carvalho, de 29 anos, está em tratamento para acnes grau três, isto é, lesões inflamadas profundas e doloridas na pele. Em conversa com a Marie Claire, a moradora de Peruíbe (SP) reflete como essas espinhas mexem com a sua autoestima e também com o seu trabalho, que é o seu sustento.

“Tem dias que estamos sensíveis e o nosso rosto também. As espinhas ficam inflamadas e eu não consigo nem mesmo passar protetor solar com cor para me sentir melhor. Dói bastante. Chego a querer chorar”, desabafa.

Além das lesões serem extremamente doloridas, o que já é difícil por si só, Carvalho conta que elas influenciam diretamente o seu trabalho ao abalar a sua autoconfiança. “Eu gosto que as pessoas vejam os meus dentes, como se fosse algo que elas querem. Só que com as acnes não consigo tirar a máscara, fico com vergonha”, reflete.

Todos esses desafios são trazidos pela cirurgiã dentista em seus vídeos no TikTok, mostrando que espinhas não são apenas um problema estético, superficial. Elas têm impacto de forma integral na vida da pessoa — nas mulheres, o quadro ganha um peso ainda maior devido à pressão estética feminina.

De onde surgiram as espinhas?

O caso de Carvalho o quadro tem relação com a síndrome do ovário policístico (SOP), condição que a levou a ter as acnes iniciais.

Em uma consulta de rotina com ginecologista, a cirurgiã dentista relatou o descontentamento com as espinhas na região da mandíbula. A partir da queixa, ela recebeu o diagnóstico da SOP.

“A síndrome do ovário policístico acontece quando há um desequilíbrio hormonal, principalmente com aumento de andrógenos, que são hormônios chamados de masculinos. Esse desequilíbrio pode interferir no funcionamento dos ovários, prejudicando a ovulação e causando sintomas bem característicos”, explica a ginecologista Anne Pereira, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Os principais sintomas da SOP são: irregularidade menstrual, dificuldade para engravidar, aumento de pelos em regiões como rosto e abdômen, pele oleosa e acnes. Mulheres com SOP também podem ter dificuldade para manter o peso, porque a síndrome pode estar associada à resistência à insulina.

Ainda segundo Pereira, o tratamento, para quem não quer engravidar, geralmente é feito com anticoncepcional oral combinado. “Ele ajuda a regularizar o ciclo, reduz a produção de andrógenos e melhora sintomas como acne e excesso de pelos”, pontua a especialista.

Já para as mulheres que desejam gestar, é indicado o uso de medicamentos que estimulam a ovulação.

Nos dois casos, é importante combinar os fármacos com mudanças no estilo de vida, com atividade física regular, alimentação equilibrada, manejo de sono e stress, e equilíbrio do peso.

Carvalho optou por suspender o tratamento com anticoncepcional oral. No momento, para prevenir uma possível gestação, ela usa o DIU com hormônio.

O tratamento das espinhas

No caso de Carvalho, o incômodo das acnes foi manejado inicialmente com um ciclo do antibiótico azitromicina, o que já começou a fazer os nódulos internos serem externalizados. Há 45 dias, a cirurgiã dentista iniciou o uso de isotretinoína. O medicamento levou a essa fase mais aguda das acnes que Carvalho está atravessando no momento.

A estimativa é que esse tratamento dure de seis a oito meses. Junto ao remédio, Carvalho tem redobrado os cuidados com produtos tópicos, como sabonete, hidratante, e protetor solar.

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