Exclusivo: denúncia de enteada de colombiano preso em AL revela abusos sexuais e psicológicos

Publicado em 23/10/2025, às 12h41
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por João Arthur Sampaio

Publicado em 23/10/2025, às 12h41

Luis Carlos Rivera Rivera, um colombiano de 47 anos, foi preso em Alagoas após ser acusado de estuprar sua enteada de 13 anos, com os abusos supostamente ocorrendo desde que a vítima tinha sete anos. A Justiça manteve sua prisão durante a audiência de custódia, apesar dos argumentos da defesa para a revogação, que incluíam sua residência fixa e vínculo empregatício.

A denúncia foi feita pela escola da adolescente, que revelou os abusos à mãe apenas recentemente, após relatar a situação a um profissional da educação. A defesa alegou que a mãe estava confusa e que a adolescente não tinha clareza sobre o que havia dito, mas o Ministério Público não encontrou novos elementos que justificassem a liberdade do acusado.

O juiz negou o pedido de liberdade e a situação atual é de que Rivera permanece preso, enquanto a adolescente continua a receber apoio psicológico. O caso destaca a importância da denúncia de abusos e o papel das instituições educacionais na proteção de crianças e adolescentes.

Resumo gerado por IA

Preso nessa terça-feira, 21, o comerciário colombiano Luis Carlos Rivera Rivera, de 47 anos, teve a prisão mantida pela Justiça de Alagoas após audiência de custódia realizada nessa quarta, 22. Ele é suspeito de estupro de vulnerável contra a própria enteada, uma adolescente de 13 anos. Os abusos teriam começado quando ela tinha apenas sete anos. Veja abaixo detalhes da denúncia.

Como os abusos ocorriam

De acordo com o boletim de ocorrência, obtido com exclusividade pela reportagem do TNH1, a mãe da vítima soube dos abusos sexuais e psicológicos através da escola onde a menor estuda. No último dia 17, a menina contou uma situação ocorrida no dia anterior ao setor Atendimento Educacional Especializado da unidade de ensino. A mulher de 26 anos, ao descobrir a denúncia da filha, foi até a delegacia e solicitou uma medida protetiva para a menor.

No relato, a adolescente mostrou incômodo, inicialmente, com a mudança de endereço. Porém, no decorrer do depoimento para a escola, ela disse que "odiava quando o padrasto ficava bêbado". Depois, a menor verbalizou que Luis Carlos tinha o costume de entrar no quarto dela sem autorização, com argumentos variados, como “deixar o ventilador do jeito que ela gosta” ou “procurar a mamadeira da irmã embaixo dela”.

As mensagens chamaram a atenção da equipe do setor especializado. A adolescente, na sequência, disse que os abusos começaram quando ela tinha sete anos de idade, mas que a mãe não sabia, porque jamais havia comentado com ninguém. Ela também afirmou que a mulher nunca estava em casa quando o crime ocorria.

A menina de 13 anos, por último, confirmou aos educadores que o homem a tocou nas partes íntimas e tentou a conjunção carnal, mas não continuou porque ela chorou.

Comportamento do padrasto no dia a dia

Recentemente, Luis Carlos teria falado para a enteada que sabia que era errado o que fazia, mas “não conseguia parar”. A adolescente disse que não contou para a mãe por medo, porque ela é uma pessoa brava e que “iria causar ainda mais brigas entre eles”. Além disso, a menor disse que não comentou com um psicólogo que a atendeu pois “ele é homem e não se sentia à vontade”.

Ainda segundo a adolescente, o colombiano também fazia várias “brincadeiras” com ela, como rir do pé, do cabelo e dos dentes dela. Ela disse ter ido dormir aos prantos várias vezes por causa disso.

De acordo com o profissional da escola que a ouviu, a menina disse que se achava “feia”, apresentando sinais de baixa estima. Ela também reclamou que a mãe falava que o companheiro era um “brincalhão” e que a filha era “muito fresca”, o que a intimidava em oferecer a denúncia.

O que disse a defesa do colombiano

A defesa do colombiano pediu a revogação da prisão, com base nos fatos dele ter residência fixa, vínculo empregatício e ser o provedor da família. Luis Carlos também disse que tem uma cirurgia de hérnia umbilical marcada para a próxima terça (28), no Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares - mesmo município onde residia com a companheira, a filha do casal - uma bebê de um ano e quatro meses - e a vítima. 

A advogada do suspeito de estupro também argumentou que a mãe estava “muito confusa” no momento da denúncia, e que teria sido “induzida pelo Conselho Tutelar” a agir contra Luis. Ainda de acordo com a defesa, a adolescente também “não sabia o que tinha falado para a escola”. Além disso, ela disse que a mãe nunca teria presenciado os momentos em que o crime ocorreu.

O Ministério Público do Estado de Alagoas, que ofereceu a denúncia, disse não “haver um fato novo que pudesse reverter a decisão anterior da Justiça”. Com isso, o juiz Vinícius Garcia negou a liberdade ao colombiano.

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