José Olímpio da Silva foi condenado a 30 anos de prisão por assassinar sua esposa, Jane Palmeira de Lima, em 2002, na frente da filha, em Passo de Camaragibe, Alagoas, após um julgamento que durou mais de 15 horas.
O crime foi qualificado por motivos torpes, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, com a filha testemunhando contra o pai durante o júri presidido pelo juiz Geraldo Amorim.
O Ministério Público de Alagoas destacou a necessidade de combater a cultura de violência contra a mulher e lamentou a longa espera pela justiça, enfatizando a importância da condenação em um caso de assassinato.
Depois de pouco mais de duas décadas, José Olímpio da Silva foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por assassinar a esposa, Jane Palmeira de Lima, na frente da filha. O caso aconteceu em 2002 no município de Passo de Camaragibe, interior de Alagoas. O júri se encerrou na madrugada desta sexta-feira, 24, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
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A filha, que testemunhou a morte, esteve presente no julgamento e depôs contra o pai. Além disso, o julgamento teve fortes manifestações nos debates, chegando à fase da réplica. Ao todo foram mais de 15 horas de julgamento, com júri presidido pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara de Justiça da Capital.
O réu José Olímpio trouxe três advogados de Pernambuco, estado onde constituiu outra família e residia. A condenação dele teve três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A acusação do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) contou com o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa Neto, e com a assistência de acusação formada pelas advogadas Júlia Nunes, Ana Paula Mendes e Melissa Fabosi.
"Mais um caso de violência contra a mulher que nos arranca lágrimas, hoje diante do depoimento sofrido de uma jovem que cresceu trazendo na memória, por 23 anos, a dura imagem da mãe sendo assassinada pelo pai. Não foi um júri fácil, uma pena que pelo ano em que ocorreu não podemos enquadrar no feminicídio. Mas conseguimos mostrar ao conselho de sentença a barbárie cometida e implorar pela justiça que a família da Jane, bem como a sociedade alagoana aguardavam. É inconcebível que essa covardia, essa cultura de violência contra a mulher, continue existindo e aumentando as estatísticas anualmente. Já passou da hora de darmos um basta. No júri de hoje, munidos de provas indiscutíveis, unimos forças para desbancar os argumentos da defesa que veio com três advogados, cumprimos nosso papel" , afirmou o promotor Flávio Gomes.
A advogada Júlia Nunes ressaltou a importância do trabalho do MPAL, mas lamentou a demora para a condenação de um caso de assassinato deste tipo, motivado por ciúmes.
"Não existe um bom pai com uma mãe vítima de violência. Hoje, graças a Deus, com a atuação do Ministério Público e da assistência de acusação, conseguimos a condenação por homicídio triplamente qualificado. Por motivo torpe, pois matou por ciúmes, meio que dificultou a defesa da vítima, matando na frente da mãe e dos filhos, e também o meio cruel. O que esperamos é que para um crime tão brutal não se espere tanto tempo como esse", declara a advogada Júlia Nunes.
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