Carnaval

Depois do "não", tudo é assédio: fique de olho para não passar dos limites na folia da paquera

Ana Carla Vieira | 09/02/23 - 10h01
Reprodução/Internet

Em dias de festa, infelizmente aumentam os casos de violência e assédio contra mulheres. As estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 81% das mulheres no Brasil já sofreram algum tipo de violência. Os números chamam a atenção e a conscientização é a principal forma para evitar e punir esses atos.

"Depois do não, tudo é assédio. Roupa não é convite nenhum e a mulher não vai ser culpada de um assédio por causa do que está usando", alerta a secretária do Gabinete da Mulher, Ana Paula Mendes. 

De acordo com o Código Penal Brasileiro, Assédio Sexual caracteriza-se por constrangimentos com a finalidade de obter favores sexuais feitos por alguém de posição superior à vítima. Já a Importunação Sexual é quando se pratica contra alguém e sem sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia (propensão para a luxúria, sensualidade exagerada) ou de outrem. E Estupro caracteriza-se por constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.  

No carnaval e nas prévias, o maior contato físico acende também o alerta. Em caso de dúvida sobre o que Pode x Não Pode, o "Assediômetro" ajuda. Confira:



"O meu conselho é que as mulheres tenham consciência dos seus direitos, para que saibam identificar caso aconteça qualquer tipo de assédio ou importunação sexual. Nossos corpos são invioláveis", enfatiza Ana Paula. 

Em Maceió, uma estrutura fixa foi montada ao lado da Cadeira Gigante, e conta com uma equipe multidisciplinar de advogado, psicóloga, assistente social, além da guarda municipal a postos para acolher possíveis vítimas. "No fim de semana passado, recebemos uma jovem de 18 anos, que relatou ter sido assediada e ameaçada. O agressor era um ex dela, que não aceitava o fim do relacionamento, a encontrou no bloco, puxou o braço dela e ameaçou. Nós a acompanhamos até a Central de Flagrantes, ela fez o Boletim de Ocorrência e ele foi preso!", contou Ana Paula Mendes. 

A secretária diz também que os bares e restaurantes foram capacitados a cumprirem um protocolo de atendimento às vítimas. "Eles estão cientes do que é a violência de gênero e todos os crimes sexuais. Se algo acontecer dentro do estabelecimento, eles são os responsáveis por aquela mulher e têm o dever de acolher a mulher, ajudá-la a sair do local em segurança e acionar a polícia, se for o caso. Aconteceu recentemente em um bar da orla do gerente ver um homem armado ameaçando uma mulher. Ele agiu dentro do protocolo, ligou para a polícia e acompanhou, inclusive, a vítima até a Central de Flagrantes", relatou Ana Paula.

"Para os terceiros, eu digo: não sejam omissos. Vamos ter 'tolerância zero' para abusos e violência contra a mulher. Estamos vivendo um aumento de casos de feminicídio e muitas vezes um crime desse começa com um assédio", reforça a secretária. 

COBERTURA MULTIPLATAFORMA - O Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM) também entra na avenida com a cobertura do melhor da folia. Mais de 50 profissionais estarão diretamente envolvidos na transmissão multiplataforma, no dia 11/02, através do TNH1, TV Pajuçara e Rádio Pajuçara FM. Na TV Pajuçara, a festa começa ao meio-dia, com equipes AO VIVO direto dos desfiles e do Camarote Celebration.