De Hitler a Dom Quixote, passando por Graciliano Ramos e Oscar Wilde, obras importantes já foram escritas durante o período de cárcere.
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Este ano, outro livro foi lançado por quem de fato vivencia o encarceramento. Mas este é especial. Não foram escritores profissionais, mas detentos de Joinville que realizaram a obra Contos tirados de mim: a literatura no cárcere, sobre o período em que cumprem pena na prisão.
Da penitenciária para a noite de autógrafos, o livro é resultado de um projeto de oficinas literárias que foi realizado com os presos a partir do incentivo da Vara de Execuções Penais de Joinville. O produto final foi financiado por uma editora paulista que tomou conhecimento da produção dos encarcerados em uma feira literária.
As oficinas, por sua vez, são consequências diretas da Recomendação 44/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê a redução de penas por meio de atividades educacionais, como a leitura.
A recomendação foi implementada em 2013 na penitenciária catarinense e desde então campanhas para arrecadações de livros em Joinville possibilitaram a criação de duas biblioteca para os mais de 1500 presos.
De acordo com o CNJ, para obter a remição da pena os presos têm até 30 dias para finalizar a leitura da obra e entregar uma resenha a respeito do que foi lido. Depois, cada texto é avaliado por professores do complexo.
O juiz João Marcos Buch acredita que a produção literária tem transformado a visão da sociedade local sobre os presidiários.
O conteúdo dos contos reflete as trajetórias e os imaginários dos autores. Em sua maioria, são experiências pessoais, relacionamentos familiares, cidades do interior de Santa Cataria e histórias cotidianas que servem de inspiração para os textos.
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