Eles estão no plástico da garrafa de água, na fragrância do perfume e até no revestimento da lata de alimentos. Os chamados disruptores endócrinos são substâncias químicas capazes de interferir no funcionamento do sistema hormonal humano e estão cada vez mais presentes no cotidiano.
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O endocrinologista Lucas Habib, professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, explica que esses compostos “imitam ou bloqueiam a ação dos hormônios naturais, atrapalhando a comunicação entre as glândulas e os órgãos-alvo”.
Segundo o médico, o contato contínuo com esses agentes pode trazer consequências silenciosas, mas graves, à saúde. “Os disruptores endócrinos estão associados a problemas como infertilidade, puberdade precoce, alterações na tireoide, obesidade e até maior risco de alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata”, afirma.
O tema vem ganhando atenção internacional à medida que estudos demonstram a relação entre poluição química e distúrbios hormonais. “Os hormônios regulam praticamente todas as funções do organismo, desde o crescimento até o metabolismo e o humor. Qualquer interferência nesse sistema pode gerar desequilíbrios profundos e duradouros”, completa o endocrinologista.

Entre os compostos mais conhecidos, estão o bisfenol A (BPA), os ftalatos, os parabenos e os policlorados (PCBs). Lucas Habib destaca que eles costumam ser encontrados em produtos de uso diário, como:
O médico alerta que, embora a exposição seja praticamente inevitável, é possível reduzir o contato com esses compostos com pequenas mudanças de hábito. “Evitar aquecer alimentos em recipientes plásticos, preferir produtos com rótulo livre de BPA, optar por cosméticos sem parabenos e dar preferência a alimentos frescos em vez de industrializados são medidas simples que já fazem diferença”, orienta.
Por Camila Souza Crepaldi
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