"É triste olhar no espelho e se ver mutilado": irmã de vítima de serial killer relata dor da família

Publicado em 04/09/2025, às 10h27
Ascom MPAL
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Por Eberth Lins e João Victor Souza

"É triste se olhar no espelho e se ver mutilado". A forte declaração foi dada pela irmã de Alan Vitor dos Santos Soares, jovem sobrevivente do atentado a tiros cometido pelo serial killer de Maceió, Albino Santos de Lima. Laura Nicole prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (04), no quarto júri em que o assassino em série senta no banco dos réus.

Alan Vitor foi vítima dos disparos em 12 de junho de 2024, no bairro Vergel do Lago, e passou cerca de um mês em coma. Ele foi atingido por quatro tiros, e uma bala ficou alojada na cabeça. O jovem também foi alvo de um disparo que pegou de raspão. Os outros dois tiros foram nas costas.

"Meu irmão é uma pessoa super do bem, não merecia isso. Acho que ele [Albino] rotulou meu irmão por conta das tatuagens e por usar brinco. Por que tanta maldade? De onde isso veio?”, disse, emocionada, a irmã da vítima.

“Ele é jovem, tinha um corpo bonito. É triste olhar no espelho e se ver mutilado. É difícil para toda família, principalmente para ele, que é quem mais sofre”, acrescentou a familiar ao responder perguntas da acusação.

Amigo revela que se livrou de atentado

O amigo de Alan, que também é testemunha no julgamento, identificado como Diogo Rafael, revelou que seria mais uma vítima de Albino Santos naquele dia, mas desistiu de acompanhar o colega devido à chuva.

“Eu iria estar com o Alan. Eu seria mais uma vítima do Albino, mas começou a chover. O Alan é um menino trabalhador, honesto. Perdeu o pai e a mãe, e ajuda a avó”, afirmou Diogo Rafael.

O júri

O júri está sendo realizado na 7ª vara Criminal da capital. A tese sustentada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas é de tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivo fútil e por meio de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Albino já confessou a autoria de 18 crimes contra a vida e foi condenado por homicídio em três processos distintos. Ao todo, as penas somam mais de 85 anos de prisão.

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