Em reality que estreia nesta terça, participantes ocupam espaço menor que detentos em celas

Publicado em 26/06/2017, às 09h20

Por Redação


Um cara enxuga o rosto com uma cueca, que vai ficar molhada. Era isso ou sair do banho e usar uma das quatro toalhas encharcadas disponíveis, usadas por quase uma centena de pessoas em apenas dois banheiros no local.

Numa das várias escolhas de Sofia que precisam ser tomadas naquela casa, se secar com uma roupa de baixo pareceu uma boa alternativa.

Optar entre o ruim e o menos pior será a praxe em "A Casa", que a Record estreia na próxima terça (27) e que tem tudo para conseguir ótimos índices de audiência.

No formato inédito de reality show na TV brasileira, dominada há anos pelo gênero, cem pessoas terão que ficar confinadas em uma casa equipada para receber apenas quatro (são quatro camas, quatro toalhas, quatro pratos etc.).

Cada participante ocupa um espaço de 1,2 m² –bem menor do que, por exemplo, os 6 m² que a lei de execução penal do país diz que um preso tem direito em uma cela. A Folha apurou que em presídio no interior de São Paulo, 12 presos dividem celas de 18 m², o que dá uma média de 1,5 m² por pessoa.

Para complicar um tanto mais a vida dos competidores, o R$ 1 milhão destinado como prêmio precisa ser usado para manter a casa.

A cada semana, um participante é eleito pelos demais para ser o "dono da casa". Ele, além de poder eliminar os concorrentes (outra novidade, não é o público que vota), cuidará dessa verba e poderá gastá-la como quiser, comprando o que achar necessário, de colchão a sabonete. Só que, quanto mais se gastar, menos dinheiro sobrará para o vencedor...

"Não é um reality de sofrimento, mas um jogo de escolhas humanas", tenta amenizar o apresentador Marcos Mion após listar uma série de perrengues. "Tudo depende de como vão gastar o dinheiro. É um jogo de xadrez dos mais nervosos e cabeludos porque, a cada semana, muda tudo."


Antonio Chahestian/Divulgação
Marcos Mion em gravação de
Segundo Mion, que pela primeira vez comanda um reality inédito (já havia feito "Ídolos"), "A Casa" é quase um experimento antropológico social e acredita que despertará muita curiosidade.



"A Casa" é um formato que pertence à Freemantle e o Brasil será o segundo país a levá-lo ao ar. O primeiro foi a Holanda, no ano passado. A Alemanha também já prepara sua versão.

Entre as diferenças do holandês para o brasileiro, está uma área externa da casa maior aqui, assim como o número de banheiros: dois, contra um do europeu.

A final será ao vivo, em setembro, e será o único momento em que o público votará.

Um spoiler: muitos participantes desistem por não aguentar o sufoco. "O jogo é de resistência", diz o diretor Rodrigo Carelli, responsável pelos realities do canal. "É um reality de desconfinamento."


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