Everaldo Gregório de Souza, 60, e Thomas Stephen Lydon, 65, foram encontrados mortos em Governador Valadares, MG, em junho. Inicialmente tratadas como causas naturais, perícia revelou envenenamento por fenobarbital.
A irmã de Everaldo e um amigo de Thomas foram presos suspeitos de planejar e executar o crime, aproveitando a proximidade e confiança do casal.
A investigação aponta motivação financeira: os suspeitos movimentaram mais de R$ 1,3 milhão, incluindo venda de imóvel e resgate de investimentos, e tentaram ocultar patrimônio.
Eles seguem presos preventivamente e devem responder por homicídio duplamente qualificado e falsificação de documentos, com bloqueio judicial de R$ 1,5 milhão em bens.
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga as mortes de Everaldo Gregório de Souza, de 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, de 65, ocorridas em junho deste ano, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce (MG).
LEIA TAMBÉM
O casal, que mantinha um relacionamento há mais de 30 anos, foi encontrado morto em circunstâncias inicialmente tratadas como naturais, mas as investigações mostraram que eles foram vítimas de envenenamento com fenobarbital, um sedativo de uso controlado.
Duas pessoas próximas às vítimas — a irmã de Everaldo e um amigo do casal — foram presas suspeitas de planejar e executar o crime.
1. O que aconteceu?
Thomas morreu no dia 20 de junho, e Everaldo, seis dias depois, em 26 de junho. Inicialmente, os registros indicavam causas naturais: o americano teria morrido em decorrência de um câncer de pele, e o companheiro, após um suposto coma alcoólico.
Os corpos, no entanto, não passaram por perícia na época. A versão começou a ser questionada em julho, quando familiares de Everaldo procuraram a polícia. Eles relataram estranheza com a rapidez no enterro de Thomas e com o fato de Everaldo ter sido internado sem que os parentes fossem comunicados.
2. O que causou a morte do casal?
Com o avanço da investigação, a polícia pediu a exumação dos corpos, e o exame toxicológico de Everaldo confirmou a presença de fenobarbital no fígado, substância que, em alta dosagem, paralisa o sistema nervoso central e pode causar a morte.
3. Quem foi preso?
Foram presos uma mulher de 52 anos e um homem de 35 anos, apontados como os responsáveis por planejar e executar o crime. A mulher é irmã de Everaldo, e o homem, amigo próximo de Thomas. Ambos tinham acesso livre à casa onde o casal vivia e prestavam assistência a eles, o que facilitou a execução do plano sem levantar suspeitas iniciais.
4. Qual a relação entre as vítimas e os suspeitos?
A relação era de confiança e intimidade. A irmã de Everaldo e o amigo de Thomas frequentavam o lar do casal com frequência, sob o pretexto de ajudar nas rotinas diárias e cuidados de saúde. No entanto, segundo a polícia, eles se aproveitaram dessa proximidade para administrar o medicamento e manipular documentos médicos e financeiros após as mortes, tentando mascarar o crime.
5. Qual é a principal linha de investigação?
A principal linha de investigação aponta motivações financeiras. Após as mortes, os suspeitos movimentaram mais de R$ 1,3 milhão em valores e bens das vítimas, incluindo o resgate de uma aplicação de R$ 379 mil e a venda do imóvel do casal, avaliado em cerca de R$ 950 mil.
Os investigadores também encontraram:
Para garantir a reparação de danos, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 milhão em ativos financeiros e a restrição de veículos registrados em nome dos suspeitos.
6. Quais são os próximos passos?
Os dois suspeitos estão presos preventivamente. A Polícia Civil ainda aguarda o resultado do exame toxicológico de Thomas e o laudo pericial dos documentos falsificados.
Eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado, além de falsificação e uso de documento falso. A Justiça também determinou medidas cautelares contra a advogada do homem investigado, suspeita de orientar testemunhas a mentir e criar histórias falsas para justificar movimentações financeiras.
O advogado da família das vítimas, Thiago de Castro, afirmou que os parentes esperam uma punição exemplar.
"Foi uma perda irreparável, e o mínimo que a família espera é que a Justiça responsabilize quem fez isso com tanto cálculo e crueldade”, disse.
LEIA MAIS
+Lidas