Estamos comendo plástico? Glitter em doce viraliza, e Anvisa faz alerta

Publicado em 23/10/2025, às 13h18
Influenciador mostrou composição de pó usado para decorar doces - Reprodução / Instagram
Influenciador mostrou composição de pó usado para decorar doces - Reprodução / Instagram

Por Folhapress

Após a viralização de um vídeo que denuncia a presença de glitter de plástico em doces, a Anvisa alertou que materiais como polipropileno não são comestíveis e devem ser denunciados, destacando os riscos à saúde.

O vídeo, criado por Dario Centurione, revelou que o glitter considerado 'comestível' contém plástico, gerando mais de 500 mil visualizações no TikTok e três milhões no Instagram, o que levou a Anvisa a se manifestar oficialmente.

A Anvisa orientou os consumidores a verificarem os rótulos dos produtos e a denunciarem itens irregulares à Vigilância Sanitária, enfatizando que apenas glitters com aditivos aprovados são seguros para consumo.

Resumo gerado por IA

Depois de viralizar nas redes sociais uma denúncia de glitter de plástico em doces, a Anvisa emitiu nesta quarta-feira (22) um alerta de que materiais como o polipropileno não são comestíveis e devem ser denunciados.

Um vídeo iniciou a discussão sobre o glitter usado em decorações de alimentos. No vídeo, o criador de conteúdo Dario Centurione, da página Almanaque SOS, foi a uma padaria e questionou a atendente sobre o produto utilizado nos bolos e doces. "Imagina se é plástico?", questionou.

Dario mostrou que a composição do pó considerado "comestível" tem apenas plástico. Após chegar do estabelecimento com os doces adquiridos, o comunicador mostrou uma embalagem de glitter considerado comestível feito de PP (polipropileno) micronizado, um tipo de plástico.

O vídeo atingiu mais de 500 mil visualizações no TikTok e mais de três milhões no Instagram. Com a repercussão, a Anvisa se pronunciou em um comunicado oficial em seu site.

O QUE DIZ A ANVISA

Plástico não é ingrediente alimentar — nem no glitter. A Anvisa esclareceu que materiais como o PP micronizado, usado em alguns pós decorativos, não podem ser consumidos. São permitidos apenas em objetos decorativos, não comestíveis, como toppers e enfeites de bolo.

Glitters comestíveis devem ter apenas aditivos aprovados. Corantes, açúcares e outros ingredientes precisam constar na lista oficial de aditivos alimentares autorizados. Cada substância é avaliada pela agência antes de ser liberada para consumo.

O órgão também indicou formas de saber se o produto é realmente comestível. No comunicado, a Anvisa diz que é essencial conferir o rótulo: ele deve conter o nome "corante para fins alimentícios" ou "açúcar para confeitar". Se aparecerem termos como "PP" ou "PET", o produto não é comestível — é apenas decorativo.

É importante manter-se atento aos produtos misturados nas prateleiras. A agência reguladora alerta que lojas de confeitaria e festas podem vender lado a lado produtos comestíveis e não comestíveis. A recomendação é ler a lista de ingredientes antes de usar na comida.

Plásticos só devem ser usados para embalagens e utensílios. Mesmo nesses casos, o material precisa de autorização prévia da Anvisa e passa por testes de migração química para garantir que não contamine o alimento.

COMO DENUNCIAR PRODUTOS IRREGULARES

Quem encontrar à venda produtos alimentícios com ingredientes não autorizados para consumo humano —como o polipropileno usado em alguns glitters decorativos— pode fazer uma denúncia à Vigilância Sanitária municipal. Os canais de contato estão disponíveis no portal da Anvisa. Também é possível registrar a queixa diretamente com a agência.

Para que o caso seja investigado, é importante fornecer o máximo de informações possíveis. A Anvisa recomenda enviar uma imagem do rótulo completo do produto, permitindo a identificação de:

  • Marca e denominação do produto;
  • Instruções de uso (se houver);
  • Dados do fabricante ou distribuidor (razão social e CNPJ);
  • Lista de ingredientes ou composição;
  • Lote e data de validade.

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