por Eberth Lins
Publicado em 14/11/2025, às 11h38
A estilista alagoana Rúbia Safira destacou-se no Grammy Latino ao criar um vestido para a cantora Joyce Allane, feito com cascas de sururu, que homenageia as mulheres marisqueiras de Alagoas. A peça simboliza a luta e a cultura local, trazendo visibilidade ao trabalho dessas mulheres.
Desenvolvido como parte de seu projeto de TCC, o vestido reflete a pesquisa de Safira sobre descarte e valorização do meio ambiente, além de sua interação com as marisqueiras da região. O sururu, um patrimônio imaterial de Alagoas, é uma importante fonte de renda e alimento para muitas famílias locais.
A produção do vestido exigiu um trabalho artesanal cuidadoso, com as cascas coladas uma a uma, enfatizando a relevância cultural da peça. Joyce Allane, aos 26 anos, fez sua estreia no Grammy Latino com o álbum 'Casa Coração', concorrendo na categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa.
Revelação no cenário da moda, a estilista alagoana Rúbia Safira brilhou, mesmo que indiretamente, durante a cerimônia do Grammy Latino, em Las Vegas, na noite dessa quinta-feira (13), ao assinar o vestido usado pela cantora pernambucana Joyce Allane. A peça, confeccionada com cascas de sururu, chamou atenção por homenagear a trajetória das mulheres marisqueiras de Alagoas.
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O vestido, segundo Safira, foi desenvolvido no final de 2024 como parte de seu projeto de TCC, voltado ao meio ambiente. “Moro próximo à Lagoa Mundaú e pude conversar com as marisqueiras pessoalmente. Estudei bastante sobre descarte e quis valorizar o trabalho dessas mulheres, trazendo sua história para a moda”, explicou a estilista.
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A produção exigiu cuidado artesanal, refletindo a luta e o cotidiano das marisqueiras. "As cascas foram coladas uma a uma e trazem um pouco da luta da mulher marisqueira. Queria algo que tivesse uma relevância para o nosso estado", acrescentou a diretora criativa.
Aos 26 anos, a cantora pernambucana Joyce Allane concorreu pela primeira vez ao Grammy Latino com o álbum Casa Coração, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa.
Patrimônio imaterial
O sururu, patrimônio imaterial de Alagoas, é encontrado em lagoas de mangue e representa fonte de renda e alimento para diversas famílias locais. O mexilhão é fonte de renda para diversas famílias alagoanas, que dele se alimentam e o vendem. O molusco também faz parte de diferentes receitas típicas da culinária local, como o sururu ensopado no leite de coco e o sururu de capote, em que ele é cozido dentro da concha.
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