O suspeito de matar Roseane Tenório dos Santos Jerônimo, de 39 anos, estava brincando com ela momentos antes de esfaqueá-la, na noite da última sexta-feira, 22, no Jacintinho, em Maceió. Em forte e emocionante desabafo ao Fique Alerta, nesta segunda-feira, 25, Thayslã Jerônimo, ex-marido de Roseane, contou que presenciou a cena logo após ter deixado o filho de 10 anos, fruto do relacionamento com a ex-esposa, na cada da irmã dela.
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"Eu tinha deixado meu filho em casa, ele tinha passado a noite comigo. Ela, mais cedo, tinha pedido para eu comprar algumas coisas pra ele. Passei no supermercado, comprei e deixei lá. Quando fui deixá-lo em casa, meu filho chamou e ela não estava. Ele ficou com uma tia, que mora na casa da frente".
"Quando fui embora, saí procurando ela para ver se a encontrava e avisava que o nosso filho já estava em casa. Quando cheguei ao lado do Lamenha, avistei os dois (Roseane e o suspeito) à frente, ao lado da Convém. Parei na esquina e fiquei observando ele brincando com ela. Ela jamais imaginava que ele ia fazer isso, porque ele estava brincando. Eu vi. Acho que ele não imaginava que ia ter alguém que ia presenciar o ato".
Thayslã relatou que ligou para o filho para avisar que a mãe já estaria retornando para casa e também avisou à irmã de Roseane que ela estava novamente com o suspeito.
"O pessoal me disse: mataram sua ex-mulher. A pior cena da minha vida. Eu tinha a visto minutos antes. Dentro de mim, tenho aquilo que, se tivesse passado um minuto antes, desligado o telefone e tivesse ido, ele não teria feito com ela. Ele poderia ter feito comigo. Mas eu não deixaria nunca ele fazer aquilo com ela. Quando cheguei que a vi no chão, jogada, fui tentar socorrer, ela já sem vida, com os olhos abertos. Foi a pior cena. Não estou conseguindo dormir. Sabe o que é você cochilar e toda hora que deita ver aquela imagem? Liguei para a família dela e saí à procura...".
O homem foi preso horas depois, na madrugada do sábado, 23, na Grota do Pau D'Arco, e confessou o feminicídio. A confissão foi obtida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital (DHPP), que investiga o caso. De acordo com a delegada Tamires Jade, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento.
"Desde o início quando ela começou com ele, eu principalmente já tinha notado algo estranho, a forma como ele falava. Aquilo despertou um mal estar em mim. Eu conversava e muitas vezes ela achava que era por ciúme, mas não era. Tanto que, no decorrer, tiveram algumas situações que foram se confirmando. Inclusive, a mãe dele (suspeito) ligou para ela (Roseane), para avisar que ele não era uma boa pessoa. Quando isso se confirmou através da mãe, foi que intensifiquei ainda mais os conselhos. Eu dizia a ela: 'Se afasta desse cara. Tu tá sabendo do histórico desse cara. Um cara que bateu na mãe não tem condições de ser uma pessoa boa'".
Ainda de acordo com Thayslã, Roseane teria pedido ajuda para internar o então namorado dois dias antes de ser assassinada.
"Na quarta-feira, quando ela entrou em contato comigo pelo telefone do meu filho, que ela mandou as mensagens, perguntando se eu não teria conhecimento para arrumar tratamento para ele, internamento. Ela me disse: 'Thayslã, o que deu a entender é que a mãe dele está me culpando. Foi depois que terminei com ele, que ele ficou mal'".
"Falei a ela: Roseane, tu tá comendo gato por lebre. Um cara que é vivido, que está no mundão, ele não tem condições de estar mal desse jeito, isso não existe. Tu abre teu olho, Roseane. Tu fica alerta. Tu tem o costume de sair tarde, de voltar tarde. Toma cuidado por onde tu vai, porque até mesmo nessa situação que tu encontrar ele, pode não voltar'".
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