Forçar crianças a praticar esportes além de seus limites pode trazer sérias consequências para a saúde da garotada. Especialistas afirmam que é preciso respeitar os limites dos jovens e que eles devem ter liberdade para escolher uma prática que considerem prazerosa. Se forçadas, as crianças podem ter problemas como lesões musculares, ósseos e até cardíacos, esse último mais raro, segundo Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista da Academia Americana de Pediatria.
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"As crianças estão na fase de desenvolvimento, então, os traumas devem ser evitados. Apesar disso, elas têm uma recuperação muscular mais rápida que os adultos." Mas o especialista aconselha que meninos e meninas pratiquem atividades. "Além de ser saudável, evita uma doença que tem afetado cada vez mais as crianças, a obesidade", afirma. Outro que aconselha a realização de atividades físicas adequadas a cada idade é Felippi Cordeiro, ortopedista pediátrico do Hospital e Maternidade São Cristóvão.
"Há pais e treinadores que, às vezes, fazem as crianças irem além dos limites, resultando em lesões físicas e psicológicas", diz. "Não deve ser um reflexo dos sonhos dos pais, nem das expectativas da sociedade." Ele afirma que entre as crianças, por conta das distrações da tecnologia, como computadores, videogames, celulares e tablets, os exercícios físicos hoje têm menos frequência. O especialista afirma que, os exercícios são uma forma importante de desenvolver para criança, desde que suas habilidades e capacidades sejam respeitadas. "A participação esportiva é geralmente uma experiência positiva para crianças e adolescentes e deve ser incentivada", finaliza.
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Orientação à criança é importante
Todas as crianças podem participar de algum nível de atividade física. Se houver deficiência física, cognitiva, comportamental, social ou emocional, adaptações assistenciais podem ser necessárias, diz o ortopedista pediátrico Felippi Cordeiro. Para evitar lesões, ele diz que o exercício deve ser adequado ao estágio de desenvolvimento. "Em esportes de contato, as crianças estão sujeitas a lesões traumáticas. É importante que cada uma esteja adaptada e seja assistida por profissionais." (TC)
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