Casos de objetos inusitados alojados no corpo humano, sem que a pessoa saiba, continuam intrigando médicos ao redor do mundo. Um dos relatos mais recentes aconteceu em maio, quando um homem de 44 anos, da Tanzânia, procurou atendimento por dores nos mamilos. O que parecia algo simples se revelou um caso surpreendente: uma faca estava alojada no seu peito havia oito anos.
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O mistério foi desvendado por um exame de raio-X, que mostrou uma lâmina metálica alojada no peito do paciente. O metal havia penetrado na sua escápula direita, sem atingir qualquer órgão importante. Cirurgiões extraíram a lâmina durante a operação e drenaram um pus causado pelo tecido morto. O paciente permaneceu na UTI por 24h e depois foi transferido para a enfermaria geral, onde ficou por 10 dias, enquanto os médicos monitoravam seu estado de saúde.
Segundo o próprio paciente, ele havia sido esfaqueado durante uma briga quase uma década antes, e chegou a receber atendimento médico na época. Acredita-se que o cabo da faca tenha se quebrado durante o ataque, deixando a lâmina alojada sem ser detectada. Esse, porém, não é um caso isolado. A seguir, veja outros episódios que chamaram a atenção da comunidade médica nos últimos anos:
Enguia viva no abdômen
Médicos do Hospital Viet Duc, no Vietnã, removeram, em julho de 2024, uma enguia viva de 60 cm de comprimento do abdômen de um paciente. O animal começou a mastigar os intestinos do homem de 31 anos após ele inseri-lo pelo ânus para prazer sexual.
Inicialmente, os cirurgiões tentaram remover a enguia através do ânus do homem, mas o caminho estava bloqueado. A solução foi recorrer a uma cirurgia de emergência.
Ao abrir o paciente, os médicos encontraram a enguia, que ainda estava viva, e um limão, que o homem também havia inserido pelo ânus. Os dois foram removidos.
Após verificar se havia algum objeto estranho adicional escondido dentro do homem, os cirurgiões o costuraram. Os médicos também realizaram uma colostomia, que deverá ser utilizada pelo paciente por toda a vida, para evitar que matéria fecal passe pelo corte provocado pela mordida da enguia.
DIU 'desaparecido' há 12 anos foi parar no reto
Daniella Hampton, de 29 anos, moradora de Nova Orleans (EUA), descobriu em 2024 que o DIU de cobre que havia colocado em 2009 e que "desapareceu misteriosamente", estava alojado no seu reto. Por anos, ela relatou dores na região, mas os profissionais de saúde não deram a devida atenção as queixas da mulher.
O dispositivo só foi localizado em 2021, após um acidente de carro que a levou a realizar exame de raio-X, que mostrou que o DIU havia perfurado o útero e migrado para o cólon. O objeto foi removido por cirurgia e, três anos depois, ela conseguiu engravidar novamente. "Finalmente senti que não estava louca", declarou ao "Daily Mail".
"Finalmente senti que não estava louca. A cirurgia era opcional, mas naquele momento eu só queria esse objeto estranho fora do meu corpo. As cordas e tudo ainda estavam intactos, o médico puxou eles para fora. Houve uma sensação de alívio por saber com certeza que tinha ido embora, mas foi assustador. Eu definitivamente estava mais confortável tendo isso fora de mim e sabendo que não estava mais lá. Estava ansiosa para ver se me sentiria diferente", acrescentou à época.
Para a mulher, a presença do objeto em seu reto a impediu de engravidar, embora tal teoria seja negada pelos médicos. "Por nove anos eu estava tentando engravidar e não conseguia. E aqui estou eu agora... Não acho que tenha sido uma coincidência", defendeu.
Pedaço de vidro no fígado
Um russo, de 53 anos, viveu nove anos sentindo dores e desconforto na região das costelas. A causa do incômodo só foi descoberta ao realizar uma tomografia computadorizada: um pedaço de vidro estava alojado em seu fígado. Esse caso inusitado foi divulgado pela Secretaria de Saúde da região de Kirov, na Rússia, em julho de 2024.
De acordo com o órgão, o objeto pontiagudo foi localizado do lado direito do fígado e, ao ser questionado pelos médicos, o paciente não soube dizer como o vidro poderia ter ido parar ali. Ele apenas afirmou que não possuía histórico de traumas. O homem passou por um procedimento no Hospital Clínico Regional de Kirov, onde retiraram o objeto em uma cirurgia por laparoscopia que durou cerca de duas horas.
"Imagine nossa surpresa quando vimos no monitor endoscópico um pedaço de vidro medindo 88x15x7 mm com bordas afiadas. Durante a operação, descobrimos que o corpo estranho estava coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo. É assim que o corpo reage à invasão de um corpo estranho no tecido: desenvolve-se uma inflamação asséptica e forma-se uma concha ao redor do objeto estranho, separando-o dos tecidos saudáveis", afirmaram os médicos no comunicado da Secretaria de Saúde de Kirov à época.
Ainda de acordo com os médicos, o paciente teve sorte, porque esse tipo de ferimento poderia ter causado uma inflamação purulenta e abscesso, o que exigiria cirurgia de urgência.
Garrafa de água em paciente com intestino preso
Em 2022, no Irã, um homem de 50 anos procurou um hospital com dores abdominais e falta de apetite. Exames revelaram uma garrafa plástica de 250 ml inserida no reto. O objeto foi encontrado na região pélvica do paciente, a 10 milímetros da abertura do ânus, e estava alocada entre o reto e o cólon.
Com vergonha e medo da esposa, ele retardou a ida ao hospital, o que complicou a cirurgia. O procedimento, entretanto, foi feito com sucesso e o paciente teve alta após três dias. Não houve perfurações nem sequelas.
"Por causa do constrangimento e do medo da esposa, ele não forneceu o histórico do que havia acontecido para explicar a presença do objeto no reto e chegou à emergência do hospital tardiamente", afirmou a equipe médica à revista "Clinical Case Report".
Coco no reto causa hemorragia
Um dos casos nacionais de maior repercussão recente aconteceu em maio deste ano, quando um homem deu entrada no hospital municipal de Belém, no Agreste da Paraíba, com sangramento retal e dores abdominais. Exames revelaram um objeto semelhante a um coco inserido em seu ânus.
"O paciente perdeu bastante sangue e um quadro bastante doloroso. A gente fez bastante medicações para dor", relatou o socorrista que prestou atendimento na unidade hospitalar de Belém.
Dada a gravidade, ele foi transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. O objeto foi removido e o paciente recebeu alta dois dias depois.
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