Frigorífico disfarçava carne podre com produto cancerígeno

Publicado em 17/03/2017, às 10h50

Por Redação

Ao menos um dos frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca comprava carne podre e disfarçava o sabor com ácido ascórbico. A informação, segundo o portal R7, está na decisão da Justiça Federal do Paraná que deu origem à ação desta sexta-feira (17) e foi dada pela médica veterinária Joyce Igarashi Camilo, responsável pela empresa Peccin, do Rio Grande do Sul, em 2014.

De acordo com Joyce, "a PECCIN também comprava notas fiscais falsas de produtos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) para justificar as compras de carne podre, e utilizava ácido ascórbico para maquiar as carnes estragadas".

Também conforme a decisão da JF, a então auxiliar de inspeção da Peccin, entre agosto de 2013 e setembro de 2014, Daiane Marcela Maciel, atestou a existência de diversas irregularidades na empresa, "como a utilização de quantidades de carne muito menor do que a necessária na produção de seus produtos, complementados com outras substâncias, a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a "maquiagem" de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração, além da falsificação de notas de compra de carne".

A funcionária, porém, teria sido orientada pela sócia da empresa de nome NAIR a nada dizer sobre isso ao fiscal responsável pela vistoria. Daiane relatou ter ouvido "ainda, o irmão do dono da empresa, Normélio Peccin, incomodado com a fiscalização desenvolvida por Daniel Teixeira, dizer que "colocaria uma bala na cabeça desse vagabundo". 

Operação Carne Fraca

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a maior operação da história, a "Carne Fraca", cumprindo mais de 300 mandados judiciais  em 7 estados federativos: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. São 27 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão.

A operação investiga envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.  Segundo a PF, essa é a maior operação já realizada na história da instituição. Estão sendo mobilizados 1.100 policiais. A investigação revelou até o uso de carnes podres, maquiadas com ácido ascórbico, e a re-embalagem de produtos vencidos por alguns frigoríficos.

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