Além do mau resultado para o CSA dentro de casa pela Série C, a noite do último sábado (16) também foi marcada por confusão, tumulto e correria nas arquibancadas do Estádio Rei Pelé. Os policiais militares, que atuavam na segurança da partida, entraram em confronto com os torcedores, após o gol da virada do Azulão ter sido anulado.
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Um deles, que se identificou como William Wesley, pode ser visto em um dos vídeos registrados sendo abordado pela PM. No entanto, mesmo sem oferecer resistência, um militar começa a agredi-lo repetidamente, com socos e chutes. William se agacha, em uma tentativa de se proteger. Confira abaixo:
Em entrevista à TV Pajuçara, o torcedor relatou que havia sido uma das últimas pessoas a sair do banheiro. “Estavam todos encapuzados. Não deu tempo de ver o rosto de ninguém. Mandaram logo eu botar a mão na cabeça. Não resisti, nem reagi. Fui abordado com murros, cotoveladas e pontapés. Algumas pessoas tentaram ajudar, mas eles não deixaram”, relatou.
Na fala dele ao Balanço Geral AL, William aparece com hematomas no olho e em outras partes do rosto. “Tentaram atribuir um vídeo de um torcedor arremessando uma sandália no árbitro, que, realmente, eu apareço nessas imagens, mas estou ao lado de quem joga o chinelo. Não sei se foi esse o motivo, que também não justifica. Acabei sendo agredido totalmente de graça”.
Ele contou ainda que realizou o exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência, na Polícia Civil, contra os militares. William afirmou que vai "em busca dos direitos".
Torcedora atingida por bala de borracha
Uma outra azulina, identificada como Letícia Leite Alves, postou nas redes sociais uma foto de um ferimento na perna que, segundo ela, teria sido causado por um disparo de uma bala de borracha pela PM. A mulher também contou que chegou a pedir ajuda aos militares, mas foi ignorada.
CSA envia ofício à SSP-AL
A diretoria do CSA protocolou um ofício ao Governo de Alagoas, direcionado à Secretaria de Segurança Pública (SSP), com a solicitação da responsabilização de quem "contribuiu aos episódios de violência" e da "adoção de medidas preventivas".
O documento foi divulgado na noite desse domingo (17). O entendimento dos dirigentes azulinos foi de que a Polícia Militar utilizou de meios classificados como desproporcionais para conter protestos da torcida contra a arbitragem.
O CSA requereu a apuração rigorosa do ocorrido, com abertura de um procedimento administrativo para verificar eventuais abusos cometidos por agentes de segurança. Da mesma forma, a divulgação das informações oficiais da operação policial realizada no estádio.
O que diz a PM
Em nota, a Polícia Militar alegou que as medidas foram tomadas depois de objetos serem arremessados contra os militares, com o intuito de preservar a integridade física dos policiais e de possíveis famílias presentes. Veja aqui, na íntegra.
O jogo
O CSA empatou em 2 a 2 com o Ituano dentro de casa, e perdeu a chance de entrar na zona de classificação para o mata-mata da Terceirona. Faltando apenas duas rodadas para o fim da primeira fase, o Azulão ocupa a 10ª colocação e pode se distanciar ainda mais do G8, a depender do resultado do jogo desta segunda-feira (18), entre Ypiranga e Botafogo-PB.
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