Polícia

Golpe da videochamada: criminoso pratica ato obsceno e grava imagens para extorquir vítima em Maceió

TNH1 com TV Pajuçara | 30/01/24 - 14h44
Imagem ilustrativa | Freepik

Uma mulher denunciou à Polícia Civil de Alagoas, nesta terça-feira, 30, uma nova modalidade de golpe por meio de videochamada. A vítima procurou a base da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), na orla de Ponta Verde, em Maceió, para registrar boletim de ocorrência após atender o celular e ver um homem praticando gestos obscenos na videochamada. 

Bastante nervosa, a vítima não foi identificada e contou que o número do criminoso tentou fazer a chamada de vídeo por duas ocasiões em horários da manhã, mas ela estava trabalhando e, por não reconhecer o número, não atendeu. 

"Mas na terceira vez, eu estava trabalhando, deixei o telefone lá, bati sem querer na tela, o dedo escorregou e atendi. Ele falou assim: 'Para aí um pouco, veja aqui o que está comigo, se você vai gostar da peça que tem aqui do lado'. Fiquei assustada e desliguei. Não conheço essa pessoa. Deu um certo tempo, mais ou menos três semanas, e ontem à noite aconteceu novamente. Desta vez em horário diferente. Eu estava dormindo, vi o telefone tocar e acordei atordoada, já pensando que poderia ser alguma coisa de família, doença e tal. Quando atendi, a primeira coisa que vejo foi ele fazendo gestos, mostrando o tamanho do negócio. Falando meu nome, falando palavras estranhas".

A mulher contou ao Fique Alerta que tentou desligar a videochamada de imediato, porém ficou tão aperreada que reiniciou o aparelho celular.    

"Não consegui desligar a chamada, desliguei ao lado, o celular reiniciou e ele tentou ligar novamente e colocou uma mensagem: 'Travou? Está escuro aí? Está aí?'. Pronto, desligou o telefone, não consegui mais dormir. Fiquei com medo, muito nervosa e assustada. Ele pode me conhecer, eu não sei quem é essa pessoa. Não sei, hoje em dia o mundo está desse jeito. Falei com uma amiga, que me orientou a vir aqui (na Oplit) prestar queixa, pois talvez não seja eu a única vítima", disse a vítima, que não se conteve e chorou durante a entrevista.   

O coordenador da Oplit, Antônio de Pádua, afirmou que é de fundamental importância registrar boletim de ocorrência para a Polícia Civil investigar o crime. 

"Mais uma modalidade de golpes utilizando os meios digitais para tentar extorquir dinheiro do cidadão. O relato dela é bastante chocante. Já tínhamos conhecimento desse tipo de estelionato que é praticado pelo celular. Eles fazem vídeochamada, a pessoa muitas vezes nem tem o contato e atende de surpresa para ver quem é. Ao atender a chamada de vídeo, vê a pessoa do outro lado que já está com má intenção, praticando atos obscenos e capturando a imagem de tela para tentar depois extorquir dinheiro das vítimas". 

O agente indicou ainda para que as pessoas não atendam chamadas de vídeo de números que não sejam de contatos previamente conhecidos. 

"A dica que nós damos é primeiramente registrar o boletim de ocorrência, tirar o print da tela com o número do telefone para anexar ao B.O. Isso serve tanto para homem quanto para mulher. Já tive um amigo que iria atender e eu disse: não atenda, porque você não sabe de quem é o número da chamada de vídeo. Então, prestar atenção nas pessoas que estão ligando. Se for número conhecido, atende. Se não for, principalmente em chamada de vídeo, não atenda, pois eles vão usar aquela imagem sua com a dele para tentar extorquir futuramente e até publicar em redes sociais para trazer constrangimentos para a pessoa. Daqui que a vítima venha explicar o que realmente aconteceu, já fez um estrago na reputação da pessoa que não tem nada a ver com aquele caso", comentou Pádua.