Gripe aviária: população deve ter cuidado com aves marinhas que estão encalhando em AL, alerta Biota

Publicado em 23/05/2023, às 10h44
Foto: Instituto Biota
Foto: Instituto Biota

Por TNH1

O Instituto Biota de Conservação está fazendo um alerta para a presença de aves marinhas no Litoral de Alagoas neste período do ano e para relatos de que parte da população recolhe e toca nesses animais, o que não é recomendado pelo risco de transmissão de gripe aviária (H5N1). Até então, foram oito casos já confirmados em aves no país, sendo sete no Espírito Santo, nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim, e um no Rio de Janeiro, na cidade de São João da Barra. 

Nessa segunda-feira, 22, o Biota confirmou que já recebeu informações de que a maioria das pessoas que encontra as aves, nesta região do estado, as leva para casa, ou então, tem contato com o uso das mãos. A orientação é para que a população não recolha estas aves, sejam elas aparentemente bem de saúde, ou doentes, ou mortas, e para que acione o serviço veterinário oficial (SVO) mais próximo, com o objetivo de evitar que a enfermidade se espalhe.

"Dezenas de aves estão encalhando, e boa parte delas, estão encalhando com vida. A população no anseio de ajudar, acaba levando os animais para casa, interagindo com esses animais, tocando neles, sem nenhuma proteção. Isso é de extremo perigo, porque estamos em iminente risco de uma outra situação de questão sanitária. Esses animais silvestres foram diagnosticados no Espírito Santo com gripe aviária", disse Bruno Stefanis, presidente do Instituto.

"É de extremo risco à saúde humana. Qualquer animal que esteja encalhado, vivo ou morto, é importante que a população não tenha nenhum tipo de contato, muito menos levá-lo para casa, porque o risco aumenta imensamente", continuou.

A médica veterinária e diretora executiva do Biota, Luciana Medeiros, informou ao TNH1, na manhã desta terça-feira, 23, que a presença de aves silvestres na costa do Nordeste é comum nesta época e reforçou a orientação para que as pessoas não tenham contato com os animais.

"Elas vêm do Hemisfério Norte para a costa do Nordeste, geralmente neste período chuvoso, até agosto. É o período normal para elas, neste inverno, então é uma rota de migração. Essas  aves costumam aparecer no Litoral de Alagoas, sejam encalhadas na área da praia ou em residências. Mas o importante agora é não ter nenhum tipo de contato, porque elas podem ser portadoras desta doença, ou até de outras, então não é recomendável levá-las para casa ou até tocá-las", destacou.

De acordo com a veterinária, as aves silvestres acometidas podem transmitir a doença para aves domésticas e podem afetar diretamente o comércio do país. Como prevenção, o Governo Federal já prorrogou, por tempo indeterminado, a suspensão de exposições, torneios, feiras e outros eventos que tenham aglomeração de aves e criação destes animais ao ar livre.

"As aves silvestres podem contaminar mamíferos e o humano, em caso de contato com algum tipo de secreção desses mamíferos, pode também acabar sendo contaminado. Também há preocupação de transmissão para as aves doméstica, e logo acometidas com a doença, podem afetar no comércio, e há preocupação porque interfere nesse mercado". 

Luciana Medeiros reforçou que os animais recolhidos pelo instituto já estão sendo avaliados pelos órgãos competentes. "Nesse momento, as coletas são feitas pela Adeal - Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas - e depois as amostras são enviadas para o laboratório para análise. O resultado definitivo sai em menos de uma semana, em torno de quatro dias. Em caso de confirmação da doença, o animal é eutanasiado e é feita a necropsia. Caso não seja constatado nada, o animal vai para reabilitação", destacou.

Quem encontrar uma ave silvestre viva ou morta pode entrar em contato com o Instituto Biota para recolhimento por meio dos números de telefone: 82 99115-5516 ou 98815-0444.

Emergência zoossanitária -  O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função de casos de gripe aviária detectados em aves silvestres. A informação foi divulgada pela Agência Brasil, na manhã desta terça-feira, 23, e a portaria, assinada pelo ministro Carlos Fávaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite de segunda-feira, 22, com validade de 180 dias. 

A medida, de acordo com a pasta, tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna e a saúde humana. Ainda segundo o ministério, a declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais. 

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