HGE conta com equipe de cirurgiões de mão, especialidade médica mais rara no Brasil, segundo AMB

Publicado em 20/08/2016, às 07h00

Por Redação

Vítimas de acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e violência por arma branca estão entre os casos mais atendidos pela equipe especializada em cirurgias de mão do Hospital Geral do Estado (HGE). Conforme dados da  unidade de Traumato-Ortopedia, uma média de 60 cirurgias por mês já são realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O médico Nicéias Gusmão Filho explica que a cirurgia de mão é uma especialidade médica independente que se ocupa da prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças que acometem as mãos. Essas doenças podem ser traumáticas e não traumáticas, sendo a primeira a mais frequente no HGE. 

“As traumáticas são aquelas que envolvem fraturas, mutilações, amputações, esmagamentos, lesões em tendões, nervos, vasos sanguíneos e tecidos moles, como a pele. Já as não traumáticas, mais comuns em consultórios e ambulatórios, são as tendinites, bursites e neuropatias compressivas”, detalhou. 

ATENDIMENTO

José Leandro da Silva, de 25 anos, foi vítima de uma tentativa de homicídio quando dormia dentro de sua própria casa, na zona rural de Messias. Ele sofreu golpes de facão que perfurou a região submandibular direita e lesionou todos os extensores da mão esquerda. 

José recebeu atendimento na unidade de Traumato-Ortopedia do HGE para recuperação dos ferimentos, incluindo a cirurgia de sua mão. “Nesse caso, nós reabrimos a ferida para suturar todos os extensores da mão e, dessa forma, devolver a movimentação dos cinco dedos. É um trabalho minucioso, que exige cuidado e atenção, para excluir o risco de suturar extensores trocados e causar novos prejuízos a mão”, acrescentou o médico. 

A cirurgia de mão, segundo a Associação Médica Brasileira, é a especialidade médica mais rara no Brasil. No país inteiro, Nicéias Gusmão Filho informa que existem apenas 600 médicos membros da AMB dedicados a esse tipo de assistência, para uma população de mais de 200 milhões de habitantes. 

No HGE, o paciente entra pela área vermelha trauma, é visto por um ortopedista traumatologista, se for uma patologia para ser operado de urgência então vai para o centro cirúrgico, onde será feita uma fixação da fratura, limpeza, sutura da pele e colocação de curativos. Solicita-se o internamento, com as devidas prescrições de antibióticos, terapias e demais medicamentos necessários para o tratamento primário. 

"Em até 24h o cirurgião de mão faz a avaliação, estudo e planejamento para decidir qual a melhor oportunidade para operar o paciente, uma vez que depende da complexidade do trauma”, pontuou o cirurgião de mão do HGE. Como não podia ser diferente, o tempo de internação do usuário assistido também depende do avanço na redução do edema, da diminuição do processo inflamatório e demais ocorrências. 

“Antes, o paciente saía do HGE para procurar um profissional e nem sempre encontrava um cirurgião de mão bancado pelo SUS. Hoje a cirurgia de mão é uma realidade no HGE e o paciente tem alta, na medida do possível, devidamente tratado. Assim sendo, o paciente com trauma de alta complexidade adentra no HGE e sai com a cirurgia já feita. O pós-operatório, em grande parte, é feito por nós mesmos, ou seja, o alagoano recebe 80% do tratamento necessário somente no HGE”, afirmou o médico.

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