Alisson de Araújo, de 43 anos, foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais sob suspeita de ter assassinado sua esposa, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, durante o velório da vítima, após forjar um acidente de trânsito para encobrir o crime.
O caso ganhou notoriedade após uma funcionária do pedágio suspeitar da situação e acionar a polícia, levando à descoberta de que Henay estava inconsciente ao volante, enquanto Alisson estava no banco do passageiro, o que levantou suspeitas sobre a versão apresentada por ele.
A Polícia Civil solicitou a conversão da prisão de Alisson em preventiva, enquanto novas evidências, incluindo uma segunda necropsia, indicam que a causa da morte pode ter sido asfixia, reforçando as acusações de feminicídio, com o inquérito ainda em andamento.
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, nesta segunda-feira (15), Alisson de Araújo, de 43 anos, suspeito de matar a própria esposa, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos. Alisson foi preso durante o velório da vítima.
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Além do feminicídio, o homem forjou um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna, na região oeste de Minas Gerais, para encobrir o crime. Durante o depoimento, Alisson confessou que agrediu a companheira diversas vezes antes de passar pelo pedágio.
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (16), o delegado João Marcos, responsável pelo caso, afirmou que o primeiro indício do crime surgiu após a funcionária do pedágio suspeitar da situação e acionar a polícia.
Autoridades também tiveram acesso às imagens do pedágio no qual o casal passava com o carro. Os vídeos mostram Alisson no banco do passageiro, enquanto Henay estava inconsciente no banco do motorista.
"A vítima Henay estava totalmente inconsciente no banco do motorista. Totalmente inerte sem qualquer movimento. Indicativo ali de que não tinha consciência. Então foi possível verificar que ele tomava a direção do banco do passageiro, a direção do veículo e com um dos pés acionava o freio e o acelerador. Isso chamou a atenção também da funcionária da praça de pedágio. Essas imagens chegaram até nós policiais. Passamos a fazer levantamentos, né, em local ouvindo os familiares da vítima", disse o delegado do caso.
Segundo o delegado, o suspeito era monitorado desde as primeiras suspeitas de que a morte não havia sido acidental. Inclusive, familiares relataram que o relacionamento dos dois era conturbado, com sinais claros de violência doméstica.
Alisson já possui antecedentes criminais por dirigir embriagado e uma passagem por violência doméstica registrada em 2023.
A Polícia Civil de Minas Gerais pediu pela conversão da prisão do indivíduo em preventiva, que deve ser analisada pela Justiça após audiência de custódia.
Nova necropsia apontou sinais de asfixia
Inicialmente, a morte foi tratada como consequência de um acidente de trânsito. No entanto, após a chegada das novas informações, o corpo foi submetido a uma segunda necropsia.
“Dentro desses achados, a gente conclui que a vítima, ela, pode ter tido o mecanismo de trauma cranioencefálico como causa do óbito ou uma asfixia por constrição cervical externa como causa do óbito. Então, todas as duas possibilidades são possíveis dentro de um contexto médico-legal”, explicou o médico-legista Rodolfo Ribeiro.
Confessou as agressões; contradições no depoimento
Durante o depoimento para a polícia, Alisson acabou confessando que agrediu a companheira diversas vezes antes de passar pelo pedágio. Ele relatou que empurrou Henay, bateu a cabeça dela contra o veículo e pressionou o pescoço da vítima pelo lado direito.
No entanto, ele negou que ela estava morta no momento do acidente, afirmando que a mulher queria "matá-lo", teria recuperado a consciência e jogado o carro contra o micro-ônibus.
Apesar disso, as testemunhas que estavam no coletivo afirmaram que o veículo do casal vinha em zigue-zague antes de invadir a contramão. As autoridades, ao ver as imagens da mulher inconsciente no pedágio, acreditam que, Henay não teria condições de ter feito a manobra com o carro.
Uma outra testemunha relatou ainda que a mulher apresentava sinais incompatíveis com morte recente por acidente, como rigidez, sangue seco nas narinas e coloração arroxeada no rosto.
Segundo o delegado João Marcos, apesar de o inquérito ainda não estar concluído, os indícios reunidos até o momento são “muito fortes” e sustentam a acusação de feminicídio. A polícia ainda aguarda exames de DNA, análise de imagens do prédio onde o casal morava em Belo Horizonte e registros de câmeras de segurança para concluir o caso.
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