A superintendência do Hospital Universitário (HU) convocou a imprensa para uma entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (31), em uma das salas do prédio de saúde, em Cidade Universitária, e reconheceu o erro do hospital em um dos procedimentos pós-óbito que culminou na troca de corpos de bebês na última semana, em Maceió.
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A superintendente do HU, Regina Maria dos Santos, informou também que não houve desaparecimento do corpo. O que tegria ocorrido foi um erro no momento de entregar o bebê à família correta. Ao ir buscar o corpo de sua filha no hospital na última quinta-feira, a mãe de uma das crianças, Gerlane da Silva, descobriu que sua filha havia sido sepultada por outra família, em União dos Palmares.
“O que aconteceu foi uma quebra no nosso procedimento padrão na entrega do bebê para a família. Foi a primeira vez que isso aconteceu no hospital. Lamentamos profundamente esse caso, é um constrangimento”, disse.
Perguntada sobre qual setor teria sido responsável pelo erro, a superintendente declarou que ainda é precipitado descrever o que aconteceu e será necessário concluir as apurações.
“Teríamos que concluir a apuração dos fatos, com normas de administração pública, que determina o prazo. O resultado é que vai nos indicar, mas não sabemos quando ele vai sair”, afirmou.
Ainda segundo ela, o erro não teria sido na identificação dos corpos. “O nosso procedimento acompanha desde o óbito até a entrega do corpo para a família. Nós partimos do princípio que a mãe, ao ter alta médica, já saia do hospital com o seu filho. A gente não sabe em qual ponto do procedimento houve o rompimento. O setor de hotelaria hospitalar é responsável por esse tipo de trabalho, mas ainda não podemos afirmar se foi lá que aconteceu o erro”, acrescentou.
Regina Maria dos Santos informou também que o corpo do bebê que deveria ser sepultado em União dos Palmares permanece no hospital e só será liberado por decisão judicial.
Sobre a assistência aos familiares envolvidos, a superintendente ressaltou que a unidade de saúde está dando apoio e segue à disposição para as medidas que tiverem ao seu alcance. “Nós providenciamos transporte para o deslocamento tanto da mãe, Gerlane, quanto do pai da outra criança, para União dos Palmares, ida e volta. Seguimos dando todo o apoio e estamos com eles o tempo todo aqui no hospital. Só não temos recursos disponíveis para cuidar de todas as questões fora daqui. O serviço social vem acompanhando, um psicólogo também já foi oferecido", destacou.
Defensoria entra com ação para exumação de corpo
A Defensoria Pública de Alagoas entrou com uma ação judicial, nesta sexta-feira (31), para que o corpo de Ana Clara, bebê trocado no HU, fosse exumado para poder ser sepultado pela família dele. A dona de casa, Gerlane da Silva, denunciou a troca na última quinta-feira (30). Ana Clara faleceu horas após o nascimento.
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