O barracão do centro de candomblé da mãe de santo Conceição d`Lissá, no Rio de Janeiro, incendiado há três anos, será reconstruído com apoio de igrejas evangélicas. Em 2014, a então presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio), pastora Lusmarina Campos Garcia, da igreja luterana, iniciou uma campanha de reconstrução.
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Ativista política, Lusamarina ficou famosa nacionalmente por fazer campanha contra o impeachment de Dilma Rousseff ano passado, afirmando que os evangélicos estavam com a ex-presidente.
Em nome do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, a ação de reconstrução do terreiro teve apoio da CCIR – Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, liderada pelo babalaô Ivanir dos Santos. Ele explica que são várias pessoas e igrejas envolvidas neste processo.
“Mais do que a reconstrução do espaço físico, esta ação reconstrói relações e afirma que é a partir da solidariedade que é possível estabelecer a paz, a comunhão e o amor entre as diferentes religiões”, afirmou o babalaô à Revista Pazes.
Ivanor lembra que o segundo andar do centro Cazo Kwe Ceja Gbe, da mãe de santo Conceição d`Lissá, localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, sofreu um incêndio que destruiu completamente o local.
Os religiosos afirmavam que se tratava de crime de intolerância religiosa, pois o terreiro havia sofrido outros atentados e sua dirigente foi vítima de uma tentativa de homicídio. O local ficou fechado por um ano e meio. A polícia investigou o caso, mas nunca identificou os responsáveis.
CONIC-Rio
O Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio) é composto pelas igrejas: Aliança de Batistas do Brasil – ABB; Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB; Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB; Igreja Presbiteriana Unida – IPU; e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia – ISOA.
O caso
O crime ocorreu em 27 de junho de 2014. Adereços, móveis e o teto do segundo andar da casa de candomblé Kwe Cejá Gbé, no bairro Taquara, em Caxias, amanheceram transformados em cinzas.
Segundo a filha de santo Adriana Pedrosa, a casa foi invadida por volta de 1h30m e incendiada. E esta não é a primeira vez. “Nos últimos seis anos, também colocaram fogo em três carros e no andar de baixo da casa. É alguém que conhece os horários daqui, sempre ataca quando não tem ninguém. Pode ser intolerância religiosa”, disse ela.
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