Justiça condena influenciadoras a 12 anos de prisão por injúria racial contra crianças

Publicado em 19/08/2025, às 12h59
Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais

Por Revista Quem

As influenciadoras digitais Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitoria Cunha Ferreira, mãe e filha, respectivamente, foram condenadas, nessa segunda-feira (18), a 12 anos de prisão em regime fechado por injúria racial contra duas crianças. Além da prisão, Nancy e Kerollen terão de pagar R$ 20 mil de indenização para cada criança, valor que será corrigido com o tempo. As duas podem recorrer da decisão em liberdade, mas estão proibidas de fazer conteúdos semelhantes e de manter contato com as vítimas.

Os crimes foram cometidos contra duas crianças negras, de 9 e 10 anos de idade, que receberam delas uma banana e um macaco de pelúcia. Os vídeos foram publicados nas redes sociais das duas criadoras de conteúdo em 2023.

A juíza Simone de Faria Feraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio, e responsável pela sentença, descreveu atos cometidos por Nancy e Kerollen como uma "monstruosidade".

Os vídeos foram divulgados na internet com tom de humor e recreação, o que, segundo a magistrada, configura o chamado "racismo recreativo". A juíza ainda destacou que mãe e filha "animalizaram" as crianças e "monetizaram a dor" das vítimas, que passaram a sofrer bullying e isolamento social.

A defesa das influencers disse "não concordar com a decisão", já que "as rés sempre colaboraram com o processo e confiam que a Justiça reconhecerá a inocência". No processo, Nancy alegou não saber o que era racismo e que só queria "alegrar as crianças". Kerollen declarou que só entendeu a gravidade do ocorrido depois da repercussão negativa do caso.

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