A Justiça de Alagoas decretou, nesta sexta-feira, 12, a prisão temporária por 30 dias de José Gomes da Silva Filho, suspeito de matar a ex-companheira Maria Gracieli dos Santos. A decisão foi proferida pela 2ª Vara de Coruripe, após pedido da Polícia Civil com parecer favorável do Ministério Público. O feminicídio ocorreu na madrugada do dia 9 de dezembro de 2025, no povoado Pindorama, zona rural de Coruripe, Litoral Sul de Alagoas.
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A vítima foi morta a tiros dentro da própria residência, enquanto dormia com os filhos. As duas crianças, filhas de Maria Gracieli, estavam no imóvel no momento do assassinato.
Na decisão, o juiz Filipe Ferreira Munguba destacou que a prisão é necessária para garantir o andamento das investigações, evitar a intimidação de testemunhas e impedir a destruição de provas.
"Os indícios suficientes de autoria, por sua vez, das declarações colhidas pela autoridade policial, além dos vídeos que atestam o veículo no local do fato, bem como o histórico de conversas entre representado e vítima, que permite inferir um contexto de perseguição praticada por ele (stalking), fatos que corroboram a hipótese investigativa acerca da possibilidade de o representado ser, efetivamente, o autor do delito", pontuou o magistrado em trecho da decisão.
O ex-companheiro, com quem Maria foi casada por quatro anos, é o principal suspeito do crime. De acordo com as investigações, a vítima havia chegado há 20 dias em Alagoas após fugir de Caruaru para escapar de ameaças do ex.
A polícia já realizou buscas, contando até com o apoio das forças policiais de Pernambuco, mas, até a publicação desta matéria, o homem não havia sido localizado.
Vítima temia o ex e pediu que parente cuidasse dos filhos
Um áudio de uma parente revela que Maria já temia o ex-companheiro, que chegou a passar dias dentro do carro, vigiando a casa da comadre dela em Alagoas.
"Ela tinha muito medo. Ela já saiu fugida de Caruaru. Quando chegou em Coruripe, ele passou dois dias dentro do carro, vigiando de frente à casa da comadre dela. Ele era obcecado, ficava procurando saber onde ela estava", relatou a parente.
Maria chegava a chorar por medo do ex e pediu que cuidassem de seus filhos. Ainda segundo a parente, ela não registrou boletim de ocorrência por não ter coragem.
Quem era Maria Graciele
Segundo a irmã, Ciele, que estava na casa e dormia em outro quarto com os três filhos no momento do crime, Maria era "uma menina alegre, sorridente e uma ótima mãe".
"Era uma ótima pessoa, e aconteceu isso", desabafou.
Ainda de acordo com a irmã, Maria tinha planos de abrir uma loja na região central de Pindorama e já havia escolhido o ponto.
"Ela ia na semana que vem comprar [as peças] em Caruaru", contou.
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