Quarta-feira, 10 de junho de 2020, não tenho dicas, apenas um abraço fraterno chef Felipe Martins, carinhosamente chamado de Lipe, primeiro garoto empreendedor com síndrome de down. Um abraço coletivo de muita gente que amava sua mãe Kátia, mais uma vítima da covid 19. Que o coração de Kátia bata em cada de um de nós com o amor que se perdeu nessa guerra para o vírus invisível. Sim, amigos, estamos numa guerra e muitos ainda não se deram conta e escolheram o lado errado da batalha. Kátia presente!
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No dia 28 de dezembro de 2015, recebi no facebook uma mensagem: “Nide, sou Kátia, mãe do Felipe, futuro chef de cozinha. O mais novo aprovado em gastronomia na Maurício de Nassau”. Nessa época, eu não a conhecia pessoalmente, e nem precisava para perceber que se tratava de uma mãe que lutou contra todos os preconceitos pela felicidade do seu amado Lipe.

Mensagem da Kátia quando Lipe entrou na faculdade
Antes do diploma na mão, todos os domingos, Felipe estacionava o carrinho do “hot dog do Lipe” para vender os sandubas com o auxilio luxuoso de sua mãe Katia. Até Lipe ingressar na universidade, Kátia foi quebrando barreiras, mas chegando lá contou com o apoio da ex-coordenadora da escola de gastronomia, Mariana Bernardes, que abraçou o jovem. À entrevista que me deu, Kátia me contou: “Sou muito grata a Mariana, professores, colegas, porque trataram meu filho como uma pessoa comum e ao mesmo entenderam suas necessidades”. Já a chef Mariana, me disse que todo mundo aprendeu com Lipe. “Foi uma aula de cidadania, ele e a Kátia ensinaram muito a gente”.
A escolha pelo curso de gastronomia é porque Kátia adorava cozinhar e o filho sempre a ajudou a preparar massas, doces, e agora, juntos, faziam todo o processo do hot dog. Além de gastronomia, Lipe fez o curso de recepcionista, do Sebrae.

Foto de 2017: Lipe com a namorada Thais, a mãe Katia e a chef Mariana
No dia 24 de maio de 2019 lembro da data, porque está no meu celular), ela precisava de fotos com alta resolução de Lipe para a revista da Abrasel nacional. E eu me propus a fazer, a gente armou o cenário na rua do prédio (antigo Stella Maris), e foram várias fotos, ela sempre feliz, e finalmente a reportagem foi publicada.
O amor de mãe foi o ingrediente principal e Kátia Martins era mãezona, linda, apaixonada e guerreira, todo dia na luta pela felicidade do filho. Em 2017, ela me contou: “Quando ele nasceu tinha um problema no coração, foram 4 meses difíceis. Primeiro, batalhei pela vida do Lipe, depois lutei para ele ser tratado sem discriminação, e aos poucos conquistamos o espaço ao sol”, revelou-me , com os olhos brilhando de orgulho do filho.

Foto de 2017: Lipe com a namorada Tais, tia Regina, sua mãe katia e Marcelo, pai de coração, todos sempre unidos
Aos domingos na praia da Ponta Verde, e em feiras de gastronomia, a cena mais comum era ver a família ajudando, além de Kátia , tinha Marcelo ( pai de coração) e a tia Regina, temperos essenciais para o primeiro empreendedor com Síndrome de Down de Alagoas.
Kátia , sua luta não foi em vão, sempre será nossa inspiração!

Lipe e katia na praia Ponta Verde
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