Ladrões roubam obras de Portinari e Henri Matisse da Biblioteca Mário de Andrade

Publicado em 07/12/2025, às 17h46
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Mariana Zylberkan e Paulo Eduardo Dias/FolhaPress

Dois homens armados invadiram a Biblioteca Municipal Mário de Andrade em São Paulo, levando obras de arte valiosas, incluindo gravuras de Matisse e Portinari, durante o último dia de uma exposição. A ação gerou preocupação sobre a segurança em locais culturais na cidade.

A biblioteca, que possui um acervo de quase 1,5 milhão de itens, estava aberta ao público no momento do roubo, e não houve feridos. As obras roubadas são consideradas raras e de valor cultural incalculável, com menos de 300 exemplares de algumas delas existentes no mundo.

A Polícia Militar está patrulhando a área e buscando identificar os autores do crime, enquanto a Secretaria de Cultura informou que o local possui seguro e sistema de segurança. O policiamento na região foi reforçado para evitar novos incidentes.

Resumo gerado por IA

Dois homens armados invadiram a biblioteca Municipal Mário de Andrade, na Consolação, região central de São Paulo, por volta das 10h15 deste domingo (7). De acordo com a Polícia Militar, obras de arte foram levadas e os bandidos fugiram.


A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), responsável pela biblioteca, informou que foram roubadas oito gravuras de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari, da obra "Menino de Engenho", pertencentes à exposição "Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade".


A Folha apurou que ação foi por volta das 10h. Armado, um dos crimimosos anunciou o roubo ao mostrar a arma debaixo da blusa para uma das seguranças da biblioteca, que não portava arma.


Ela foi levada para uma sala onde foi obrigada a entregar o rádio de comunicação e o celular. Enquanto isso, o outro suspeito retirou os oito quadros da parede. Não houve vítimas e nem relatos de tiros disparados.


Os suspeitos fugiram em direção ao metrô Anhangabaú, segundo a corporação. Um dos ladrões estava trajado com calça jeans surrada e camisa vermelha. O outro vestia calça jeans, blusa de moletom azul e boné azul.


A PM informou que o local e as imediações estão sendo patrulhados e que equipes buscam identificar os autores do crime.


No momento do roubo, a biblioteca estava aberta ao público. Este domingo era o último dia da mostra que reúne livros raros e obras das décadas de 1940 e 1950 e fotografias que retratam a produção moderna no país.


Segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, "as obras expostas contam com apólice de seguro vigente, e que o local dispõe de equipe de vigilância, sistema de câmeras de segurança. Todo o material que possa servir à investigação está sendo fornecido para as autoridades policiais".


A pasta ainda informou que o policiamento na região foi reforçado.


Cauê Alves, curador-chefe do MAM e da mostra, disse que a exposição contava com 20 obras.


Parte dos quadros roubados pode se vista em vídeo sobre a exposição divulgado em página oficial da biblioteca em rede social.


Na comparação entre a foto e o vídeo postado pela biblioteca, é possível identificar entre as obras subtraídas colagens do álbum "Jazz", de Matisse, publicado em 1947 na França.


As obras são consideradas um conjunto raríssimo, com menos de 300 exemplares desse livro espalhados pelo mundo, explica o crítico de arte e curador Tadeu Chiarelli. "O valor cultural e artístico é incalculável", diz. "Muito triste esse roubo ocorrido na biblioteca Mário de Andrade, um monumento ao saber implantado no meio de São Paulo", continua.


A biblioteca completou 100 anos no início deste ano. Segunda maior biblioteca pública do país, atrás apenas da Biblioteca Nacional, a Mário de Andrade guarda quase 1,5 milhão de itens, somando livros, mapas e documentos.


Fundada em 1925 como Biblioteca Municipal de São Paulo e inaugurada em 1926 na Rua 7 de Abril, o patrimônio histórico da cidade foi transferido em 1942 para o prédio atual, projetado por Jacques Pilon, referência da arquitetura moderna paulistana.

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