Mãe de Davi Silva morre dois meses após júri de militares ser suspenso; jovem desapareceu em 2014

Morreu nessa sexta-feira, 12, Maria José da Silva, mãe do jovem Davi da Silva, que desapareceu em 2014 após ser levado por policiais militares em uma viatura, no bairro do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. Maria não resistiu a complicações cardíacas, segundo publicação do Mídia Caeté.

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Maria José faleceu dois meses após a suspensão do júri popular dos policiais militares Nayara Silva de Andrade, Victor Rafael Martins da Silva, Eudecir Gomes de Lima e Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, acusados de torturar e matar o jovem Davi da Silva.

"O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Alagoas (CEDECA) manifesta profundo pesar pelo falecimento de Dona Maria José, mãe do adolescente Davi Silva, desaparecido há mais de uma década em Maceió.

Dona Maria parte sem ter vivido o julgamento do caso do filho, pelo qual lutou incansavelmente, simbolizando a dor prolongada de famílias que aguardam por verdade, justiça e responsabilização do Estado. Sua morte reforça a urgência de enfrentar a impunidade e as violações de direitos que atingem, de forma cruel, crianças, adolescentes e suas famílias.

O CEDECA se solidariza com familiares e amigos e reafirma seu compromisso com a memória de Davi, com a luta por justiça e com a defesa intransigente dos direitos humanos", publicou nas redes sociais o CEDECA, que acompanhava dona Maria na defesa do caso.

O júri estava marcado para o dia 13 de outubro no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, depois de 11 anos do desaparecimento de Davi, mas uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de Alagoas suspendeu a realização do julgamento.

O caso

Davi da Silva sumiu após uma abordagem policial no bairro de Benedito Bentes, em agosto de 2014. Segundo testemunhas, ele estava com uma pequena quantidade de maconha e foi colocado dentro da viatura. Desde então, não houve mais informações sobre o paradeiro do jovem. Na ocasião, Davi estava acompanhado de Raniel Victor Oliveira da Silva, que foi encontrado morto meses após o sumiço do colega. Ele era a principal testemunha do caso.