Mãe de Tainara contava à filha sobre repercussão do caso durante internação

Publicado em 26/12/2025, às 13h23
Lucia Aparecida da Silva (mãe segurando uma rosa branca), durante o velório de Tainara Souza, morta pelo ex-namorado, no Cemitério da Vila Alpina - Zanone Fraissat / Folhapress
Lucia Aparecida da Silva (mãe segurando uma rosa branca), durante o velório de Tainara Souza, morta pelo ex-namorado, no Cemitério da Vila Alpina - Zanone Fraissat / Folhapress

Por André Fleury Moraes / Folhapress

Tainara Souza Santos, de 31 anos, foi enterrada após 25 dias internada devido a um atropelamento intencional por Douglas Alves da Silva, que a arrastou com seu carro, gerando grande comoção e busca por justiça por parte da família e da comunidade.

A defesa da família de Tainara, representada pelo advogado Fabio Costa, planeja solicitar ao Judiciário a inclusão de feminicídio duplamente qualificado nas acusações contra Douglas, que já respondia por tentativa de feminicídio e homicídio.

Douglas, que alegou não conhecer Tainara e não perceber o atropelamento, está preso em Guarulhos, enquanto investigações policiais indicam que o ato foi motivado por ciúmes e ocorreu após uma briga entre ele e o homem que acompanhava a vítima.

Resumo gerado por IA

Lúcia Aparecida Souza da Silva, mãe de Tainara Souza Santos, 31, enterrada nesta sexta-feira (26) após passar 25 dias internada depois de ser atropelada e arrastada por Douglas Alves da Silva, 26, contava todos os dias à filha a repercussão do crime do qual foi vítima.

"A todo momento ela ficava no ouvido da Tainara dizendo o que estava acontecendo do lado de fora do hospital. Falando sobre a manifestação, sobre o que as mulheres estavam fazendo" disse à Folha Sandra Aparecida Pereira, 58.

Ela conheceu a família da vítima após a ocorrência. Sandra é fundadora do movimento Mulheres da Várzea, que apoia a presença feminina no futebol amador - Tainara integrava o Apache F.C..

Os contatos entre a idealizadora do movimento e a família de Tainara eram a princípio por telefone. A primeira conversa presencial ocorreu nesta sexta, já no velório. Deu a ela uma camiseta do Mulheres da Várzea.

"Eu não tive Natal", afirmou Sandra ao relembrar o momento em que soube da morte de Tainara, que permaneceu em coma durante todo o período de internação.

"É uma tristeza muito grande e a família, completamente desolada, agora busca justiça", afirmou à Folha na manhã desta sexta o advogado Fabio Costa, que representa familiares da jovem.

A defesa deve apresentar ainda nesta sexta ao Poder Judiciário a certidão de óbito da jovem e pedir o aditamento da denúncia para que Douglas responda por feminicídio duplamente qualificado.

Em depoimento, Douglas declarou à Polícia Civil que não conhecia Tainara e tentou separar uma confusão entre ela e um homem que a acompanhava. Disse ainda que não percebeu que havia atropelado a vítima e que arrastava presa ao carro. Ele está preso em Guarulhos.

Investigação da polícia, no entanto, indica que o atropelamento foi intencional. O réu teria se envolvido em uma briga com o homem que acompanhava Tainara, motivado por ciúme. Depois disso, avançou com o carro sobre os dois.

Douglas, até então, respondia por tentativa de feminicídio e também é acusado de tentativa de homicídio contra o homem que estava ao lado de Tainara –ele conseguiu se esquivar, mas sofreu lesões.

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