Mãe denuncia agressão de terapeuta a menino autista em clínica de Maceió; veja relato

Publicado em 03/11/2025, às 18h23
Ilustração: Pexels
Ilustração: Pexels

Por Gabriel Amorim

A mãe de um menino autista de sete anos denunciou que o filho foi agredido por uma terapeuta ocupacional em uma clínica de Maceió. A OAB/AL informou que acompanha o caso.

O episódio ocorreu em 17 de setembro, quando a criança contou que a profissional teria puxado seus cabelos durante a sessão.

A mãe solicitou as imagens das câmeras e, junto de uma psicóloga, confirmou que a terapeuta aparecia puxando o cabelo da criança. A profissional já foi afastada.

O menino apresentou pesadelos e regressão escolar, enquanto a mãe sofreu estresse pós-traumático. Um novo plano terapêutico foi traçado para restaurar a confiança do garoto na clínica.

O presidente da OAB/AL, Vagner Paes, condenou o caso e afirmou que medidas rigorosas serão adotadas para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos.

A mãe de um menino autista de sete anos denunciou que o filho foi agredido por uma terapeuta ocupacional dentro de uma clínica em Maceió. Nesta segunda-feira (3), a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) informou que acompanha o caso.

O episódio ocorreu no dia 17 de setembro. Segundo a mãe, a criança contou que a “tia” que o atendeu às 15h teria puxado seus cabelos durante a sessão.

"Eu perguntei como foi, e ele disse que ela puxou os cabelos diversas vezes e que ele tinha chorado muito", relatou a mãe.

No dia seguinte, a mãe solicitou às donas da clínica as imagens das câmeras. Já no dia 19 de setembro, acompanhada de uma psicóloga, ela assistiu a um vídeo no qual, segundo a OAB, a terapeuta aparece puxando o cabelo da criança várias vezes.

"Ele tentava sair e ela puxava de um lado, soltava e puxava do outro. Foram vários puxões. Ele gritava me socorre, me ajuda", falou a mãe. 

A mulher disse, ainda, ter ouvido os gritos no dia em que o caso ocorreu, mas a recepcionista teria ido lá e a informação da terapeuta foi que o menino havia puxado os cabelos dela, mas que já estava tudo resolvido.

A terapeuta já foi afastada da clínica. A mãe denunciou o caso ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) e registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente. 

As imagens foram encaminhadas à delegada responsável, mas não foram divulgadas à imprensa.

O nome da clínica e dos envolvidos não foi divulgado, e a defesa ainda não foi localizada. O espaço segue aberto.

IMPACTO NA CRIANÇA E NA FAMÍLIA

O menino, diagnosticado com autismo suporte 2, passou a ter pesadelos e apresentou regressão escolar após o episódio. A mãe também sofreu com insônia por mais de uma semana e precisou se afastar do trabalho por estresse pós-traumático.

“Também foi preciso traçar outro plano terapêutico com o objetivo de restaurar o vínculo dele com a clínica, onde ele é acompanhado há quase três anos, e os terapeutas, de forma que ele possa se sentir confiante e voltar a aceitar a terapia, tão necessária para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, contou a OAB.

O presidente da OAB/AL, Vagner Paes, condenou o caso: 

“Não vamos permitir que esses casos aconteçam e iremos adotar medidas rigorosas para que sejam apurados esses fatos e os responsáveis sejam devidamente processados na forma da lei, assegurando a ampla defesa e o contraditório.

Gostou? Compartilhe