A médica Letícia Franco, 36 anos, que havia anunciado que iria para a Suíça ser submetida a morte assistida, desistiu da ideia e tomou uma nobre decisão: ela irá permitir que seu corpo seja estudado pelo médico israelense Yehuda Shoenfeld, especialista na síndrome Asia, que a atinge, e, com isso, espera conseguir salvar vidas de pessoas com a mesma doença.
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Letícia ficou internada com fortes dores, na UTI do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, desde o dia 02 de março até essa terça-feira (13), quando voltou para casa.

Letícia Franco voltou para casa após 12 dias de internação / Crédito: O Livre
Oito anos após ser diagnosticada com a doença, a médica afirma que nunca tinha pensado em desistir e sempre havia lutado para sair da UTI e retornar à vida, mas naquele dia sua dor era tão intensa, que já não encontrava forças para continuar.
“A ideia da eutanásia surgiu pelo medo, pela dor constante e por ninguém acreditar em mim. Eu conversei com meus familiares, no primeiro instante eles aceitaram, ‘não vamos deixar nossa filha sofrer como está sofrendo’”, contou.
Desde 2010, Letícia foi internada 34 vezes. Ela chegou a ser aceita por uma clínica que realiza a morte assistida, mas não foi porque a mãe desistiu de levá-la. “Mas até eu entendi. Como vou pedir pra minha mãe: ‘Mãe, me leva pra morrer?’”.
Sobre a ideia de doar o corpo para ser estudado e ajudar na busca da cura para a sua doença, Letícia diz que seus pais aceitaram depois que ela afirmou que isso traria sentido ao seu sofrimento.
“Eu falei: ‘pai, mãe, pensem aqui comigo’, eles estavam chorando, ‘vocês não estariam chorando hoje se há 10 anos alguém tivesse feito isso, tivesse se doado para salvar outras pessoas? Então eu estou atrás disso’”, lembrou a médica.
Ela contou que já testou mais de 20 remédios e associações, buscando algum tipo de cura, ou ao menos diminuir a dor. E agora pedirá para o médico Yehuda Shoenfeld que a aceite em seu instituto, com vida, ou após a morte, e que estude cada célula do seu corpo.
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