Médica que matou ex em Arapiraca é indiciada pela polícia por homicídio qualificado

Publicado em 02/12/2025, às 11h15
Imagem Médica que matou ex em Arapiraca é indiciada pela polícia por homicídio qualificado

por João Victor Souza

Publicado em 02/12/2025, às 11h15

A médica Nádia Tamyres foi indiciada por homicídio qualificado após matar seu ex-marido, Alan Carlos de Lima Cavalcante, em Arapiraca, Alagoas, com um tiro dentro de um carro, em um crime que a polícia considera motivado por razões fúteis.

As investigações descartaram a alegação de legítima defesa, com base em imagens de câmeras de segurança e na confissão da médica, além de um histórico de conflitos entre o casal que não justificaria a ação extrema.

Nádia permanece presa e o inquérito será enviado ao Ministério Público, que decidirá sobre novas diligências ou a denúncia, enquanto a família da médica se divide entre críticas e defesas, com alegações de abuso contra a filha que não foram comprovadas judicialmente.

Resumo gerado por IA

A médica Nádia Tamyres foi indiciada pela Polícia Civil alagoana por homicídio qualificado por motivo fútil após matar o ex-marido, identificado como Alan Carlos de Lima Cavalcante, também médico, no município de Arapiraca, Agreste de Alagoas, no dia 16 de novembro deste ano. A vítima foi atingida a tiro dentro de um carro.

Segundo a Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA), coordenada pelo delegado Everton Gonçalves, as investigações foram concluídas e a tese de legítima defesa foi descartada. O inquérito agora será encaminhado ao Ministério Público do Estado de Alagoas, que poderá solicitar novas diligências, oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do caso.

Nádia Tamyres foi presa em flagrante horas depois do crime, depois de deixar Arapiraca e seguir para Maceió. Além da motivação fútil do homicídio, a polícia entendeu que a mulher agiu com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

A investigação

De acordo com o delegado, as imagens das câmeras de segurança e a própria confissão da investigada deixaram a autoria delitiva e o intuito da médica evidentes. A alegação de legítima defesa feita pela suspeita durante o interrogatório não encontrou respaldo nos elementos colhidos ao longo da investigação.

Os investigadores levaram em consideração o histórico de conflitos entre o casal, incluindo processos judiciais, denúncias e acionamentos da Patrulha Maria da Penha. Apesar de tais circunstâncias demonstrarem um contexto de tensão e possível temor por parte da investigada, o delegado reforçou que nada disso justificaria a reação extrema de tirar a vida de Alan.

Além disso, não há registros de que a vítima tenha descumprido medidas protetivas impostas pela Justiça há mais de um ano, inclusive no dia dos fatos, quando se dirigiu ao local apenas para entregar um bolo à filha, mantendo distância da residência de Nádia.

Família dividida

A mãe de Nádia, Josefa Alves, e um irmão da médica, Emerson Lima Barros, criticaram a médica e defenderam a inocência de Alan. Um vídeo foi gravado por Josefa, ao lado da nora, esposa de Emerson, esta última que testemunhou o crime. 

Após a repercussão, dois irmãos da médica, Nayara e Elias Lima, divulgaram versões e documentos, e sustentaram a denúncia de que a vítima cometeu abuso contra a filha que tinha apenas 2 anos de idade na época. Eles afirmaram que laudos apontavam indícios de abuso sexual contra a criança. Porém, não houve comprovação na Justiça.

Nayara chegou a pedir a guarda da sobrinha à Justiça, que estava com a avó Josefa. O Poder Judiciário, no entanto, manteve a menina com a mãe de Nádia.

Gostou? Compartilhe