Médica que matou o ex: polícia descarta legítima defesa alegada em interrogatório

Publicado em 17/11/2025, às 15h37
Reprodução / Instagram
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Por Gabriel Amorim

A Polícia Civil descartou a alegação de legítima defesa da médica Nadia Tamyres, presa por matar o ex-marido, Alan Carlos de Lima, em Arapiraca, no domingo (16), em frente a uma Unidade Básica de Saúde.

O delegado Daniel Scaramello afirmou que as imagens do crime contradizem a versão de Nadia, que teria descido do carro já armada e disparado contra a vítima após uma breve discussão, sem dar chance de defesa.

Nadia, que foi detida em Maceió com a arma do crime, passará por audiência de custódia, enquanto seu advogado a defende alegando que a ação foi um 'revide' após anos de violência, incluindo acusações de violência doméstica e estupro de vulnerável, que estão sob segredo de Justiça.

Resumo gerado por IA

A Polícia Civil descartou, nesta segunda-feira (17), a alegação de legítima defesa feita pela médica Nadia Tamyres, 38, presa após matar o ex-marido, o médico Alan Carlos de Lima, em Arapiraca.

O crime ocorreu no domingo (16), em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS). Alan Carlos foi assassinado a tiros dentro de um carro, e Nadia foi localizada horas depois em Maceió, ainda com a arma do crime.

Segundo o delegado Daniel Scaramello, imagens (assista no final da matéria) analisadas pela equipe investigativa vão contra a versão apresentada pela médica em interrogatório.

"Constatamos que não houve legítima defesa. A autora desceu do carro já com arma de fogo e apontando para a vítima. Após uma breve discussão, ela efetuou diversos disparos, impedindo ou dificultando qualquer possibilidade de defesa", afirmou o delegado Daniel Scaramello.

Nadia Tamyres foi detida ainda no domingo (16) e irá passar por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (17).

DEFESA ALEGA "REVIDE"

O advogado Luiz Lessa, que representa a médica, afirmou que irá sustentar que o crime foi um "revide", e que Nadia teria agido para proteger a si mesma e à filha.

Segundo Lessa, o caso envolve "anos de violência" e está sob segredo de Justiça, incluindo acusações relacionadas a violência doméstica e até estupro de vulnerável.

"Esse crime tem um contexto. Não começou ontem, vem de vários anos de violência sofridos pela Dra. Nadia. Tiveram uma filha, que inclusive faz parte desse contexto, não vamos entrar no mérito dos fatos, é um caso que envolve segredo de justiça, mas sabemos que há uma acusação no contexto de estupro de vulnerável", iniciou o advogado em entrevista ao Fique Alerta, da TV Pajuçara.

"O senhor Alan tinha uma medida protetiva, não poderia chegar perto. Já havia um contexto de perseguição, de violência doméstica e até mesmo de violência contra a criança. E nesse caso, ele estava próximo com uma terceira pessoa que também é um desafeto. A Dra. Nadia tinha o porte dessa arma, ela portava justamente para se proteger de uma eventual violência praticada pela vítima", acrescentou.

O CASO

Alan Carlos foi assassinado a tiros dentro de um carro em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS), no Sítio Capim, na zona rural de Arapiraca, Agreste de Alagoas. A assassina, que também é médica, é ex-esposa da vítima e foi presa. O caso foi registrado nesse domingo (16).

Nadia Thamyres foi localizada e detida em Maceió com a arma do crime. Imagens que circulam nas redes mostram o momento após o assassinato. O homem estava no banco do motorista, sem vida, sendo abraçado por uma outra mulher. Populares se aglomeraram ao redor do veículo; assista ao vídeo:

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