Medicamento para emagrecimento pode reduzir sintomas de Alzheimer

Publicado em 02/12/2025, às 15h09
Foto: Ilustrativa/Freepik
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Por O Tempo

Um estudo britânico revelou que a liraglutida, um medicamento injetável para perda de peso, pode reduzir em até 50% o risco de desenvolvimento do Alzheimer, desacelerando o declínio cognitivo e a perda de células cerebrais em pacientes com a doença.

A pesquisa acompanhou 169 pessoas com Alzheimer leve a moderado durante 12 meses, mostrando que aqueles que tomaram liraglutida apresentaram uma redução significativa na perda de volume cerebral e uma melhora de 18% na cognição em comparação ao grupo que recebeu placebo.

Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores alertam que o período de 12 meses pode não ser suficiente para avaliar os benefícios a longo prazo, e um programa de Fase 3 está sendo planejado para investigar mais a fundo os efeitos do medicamento.

Resumo gerado por IA

Um medicamento injetável para perda de peso, já utilizado por milhares de pacientes, pode reduzir o risco de desenvolvimento do Alzheimer, segundo pesquisa conduzida por especialistas do Reino Unido. Segundo o estudo, publicado na revista científica Nature Medicine, a liraglutida, comercializada como Saxenda, consegue desacelerar o declínio cognitivo e a perda de células cerebrais em pacientes com a doença em até 50%.

A pesquisa acompanhou 169 pessoas com Alzheimer leve a moderado durante 12 meses. Os participantes tinham idade média de 71 anos, sendo que 72 deles receberam Liraglutida e 82 tomaram placebo.

Os exames cerebrais realizados ao longo de um ano demonstraram que o medicamento reduziu a perda de volume cerebral em aproximadamente metade quando comparado ao placebo. Além disso, a cognição dos pacientes que receberam o tratamento melhorou em 18%.

A liraglutida pertence à classe de medicamentos conhecida como agonistas GLP-1, que funciona de maneira semelhante ao ingrediente ativo do Ozempic e Wegovy, fazendo com que as pessoas se sintam mais saciadas e menos famintas.

"Nossos resultados fornecem algumas das evidências mais fortes até o momento de que os tratamentos com GLP-1 poderiam modificar o processo da doença de Alzheimer”, pontuou o professor de neurociência, Paul Edison, do Imperial College London, na Inglaterra, que liderou o estudo. “A liraglutida mostrou efeitos encorajadores na estrutura cerebral e na desaceleração do declínio cognitivo em nosso ensaio de Fase 2b, e isso abriu caminho para um programa de Fase 3”", afirmou. 

A equipe de pesquisadores observou que, apesar dos resultados positivos, o medicamento não impediu o declínio do metabolismo da glicose no cérebro. Eles destacaram evidências anteriores mostrando que a liraglutida reduz a neuroinflamação (inflamação no sistema nervoso) e o acúmulo da proteína tau, uma proteína tóxica que, junto com o amiloide, forma placas e emaranhados considerados responsáveis pelos sintomas do Alzheimer.

Os cientistas reconhecem que o período de 12 meses pode ser insuficiente para estabelecer definitivamente o benefício clínico a longo prazo no tratamento da doença.

O Saxenda tem como objetivo melhorar o controle do açúcar no sangue e auxiliar no emagrecimento. Testes clínicos demonstram que os usuários perdem, em média, 6,4% do peso corporal ao longo de 68 semanas.

Entre os efeitos colaterais do medicamento podem ocorrer diarreia, dores, febre, micção frequente e alterações no sono.

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